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Então prefeito Amauri (Foto: Beto Neves) |
A primeira função pública de Amauri em Jaru foi de Assessor do prefeito Sidney Rodrigues Guerra (PMDB), embora estivesse sido eleito para o cargo de vereador com 405 votos na Eleição Municipal de 1988. Ele trabalhou também como vigia, frentista, garçom, dentre outras funções, mas o seu trabalho predileto, como define, é mesmo fazer política. E foi exatamente na política que Amauri passou a ser conhecido por grande parte da população jaruense.
José Amauri dos Santos concorreu com inúmeros candidatos na eleição de 1992 e obteve 426 votos, quantidade suficiente para colocá-lo como o segundo mais votado para o cargo de vereador. A atuação de Amauri na Câmara Municipal fez com que o partido em que era filiado o escolhesse como candidato a prefeito na eleição de 1996 pelo Partido Popular Socialista (PPS). Amauri concorreu ao cargo tendo o saudoso Ivo Pereira Lima como candidato a vice-prefeito. Na ocasião eles conquistaram 9.577 votos (41,084% dos votos válidos) e os demais concorrentes alcançaram a seguinte votação: Manoel Rodrigues Nonato (PPB) 89 votos (0,382%), Severino Dias da Silva (PT) 2.966 (12,724%) e Ademário Serafim de Andrade, conhecimento popularmente como Dema, foi eleito como 9.875 votos, o que representava 42,362% do eleitorado. Além disso, durante o mandato do ex-governador Valdir Raupp (PMDB), Amauri foi Secretário de Articulação e desenvolveu diversas ações com os municípios rondonienses.
Tecnicamente Amauri não saiu derrotado do pleito de 1996, pois mesmo sem um mandato eletivo ele não esqueceu o sonho de ser prefeito de Jaru. Contudo em 1998, ele havia retornado ao PMDB e coloca o seu nome como opção para deputado federal visando representar o Estado de Rondônia em Brasília. Na ocasião, ele recebe 15.208 votos, mas por quatro votos, o município deixa de ter um representante na Câmara Federal. Como a política está em sua veia, Amauri não desiste jamais. Em 2000, ele está de volta ao cenário político e em uma coligação formada por oito partidos é eleito prefeito de Jaru com 15.107 votos, tendo como candidato a vice-prefeito, Leomar José Baratella, o primeiro prefeito eleito pelo povo no município de Jaru. Amauri assume a Prefeitura em 1.º de janeiro de 2001 tendo várias dificuldades para administrar a cidade, pois dias antes de assumir o cargo, um incêndio de grandes proporções – segundo a perícia que investigou o caso, criminoso – destruiu o prédio da prefeitura e consumiu inúmeros documentos ali existentes.
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Prédio da Prefeitura de Jaru sendo consumido pelas chamas no dia 23 de dezembro de 2000 - 9 dias antes da posse de Amauri |
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Amauri participando da inauguração do prédio do MP de Jaru |
O ano de 2004 seria decisivo para a vida política de Amauri e teoricamente fácil o processo de reeleição. A administração municipal estava estabilizada e ele havia conseguido dezenas de obras de emendas federais e outras com recursos próprios para o município. Durante a entrevista concedida com exclusividade ao escritor Elias Gonçalves, Amauri relembrou algumas delas: asfaltamento das margens da BR 364 (Avenida JK) do Trevo ao Posto Aliança, construção da Clínica da Mulher, Escola de Jaru-Uaru no distrito de mesmo nome e José de Sousa em Tarilândia, além de compra de equipamentos e maquinários para a realização de obras. Amauri considera que a presença constante e diálogo que teve com a bancada federal foram decisivos para a efetivação de diversos convênios que após serem concretizados, trouxeram benefícios concretos para a sociedade jaruense, culminando assim no período em que o município foi contemplado com a maior quantidade de obras de sua história. Amauri foi para a reeleição com o apoio de dez partidos e a votação nas urnas apontou o seguinte resultado: Amauri com 13.625 votos (47,849% dos votos válidos), Ulisses Borges 12.129 (42,595%) e Severino Dias 2.721 (9,556%). Amauri foi considerado oficialmente como prefeito reeleito, entretanto aquela eleição não seria decidida nas urnas, mas na esfera judicial.
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Página 01 do Decreto de Amauri por causa do incêndio no prédio da Prefeitura de Jaru |
Indagado pelo escritor Elias Gonçalves a respeito do processo que lhe custou o cargo de prefeito, José Amauri dos Santos foi claro e objetivo. “Uma quadrilha liderada por adversários fez um processo bem montado que não prejudicou o cidadão Amauri, mas a cidade de Jaru”, diz, referindo-se às obras que, segundo ele, foram paralisadas após a mudança repentina na administração municipal. O projeto era asfaltar as margens da BR 364 no perímetro das Linhas 625 a 627, mas foi interrompido em virtude da indefinição política que aconteceu após a saída de Amauri da Prefeitura. Tempos depois após ser afastado do cargo, uma testemunha de acusação alegou que havia recebido recursos financeiros para incriminar Amauri, mas o depoimento não foi considerado válido pela Justiça.
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Página 02 do Decreto 2960/GP/2001 |
Impedido de disputar cargos públicos eletivos por problemas surgidos na época em que era prefeito de Jaru, Amauri ficou um bom tempo fora do pleito eleitoral. Entretanto, como o próprio declara que “tem a política na veia”, o político não desiste fácil. Na eleição municipal de 2020, mesmo disputando “sangrando” (como se diz no jargão político quando alguém concorre a um pleito com uma liminar que pode ser suspensa a qualquer momento), José Amauri dos Santos conseguiu 8.610 votos, o equivalente a 30,35% dos votos válidos. A eleição foi vencida pelo prefeito reeleito João Gonçalves Silva Junior que alcançou 19.357 votos, o que equivaleu a 68,24% da votação considerada válida.
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Página 01 |
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Página 02 Resultado das eleições municipais em Jaru: Blog do Elias: Resultados das Eleições Municipais em Jaru |
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