Nota do autor: Veja no fim deste texto informações mais precisas sobre a vida do Padre Adolpho Rohl na Alemanha
O padre Adolpho Rohl é uma das figuras de maior fervor religioso e de grande influência na história recente dos municípios de Ji-Paraná e Jaru, entre as muitas que se destacaram o cumprimento da fé. Adolpho Rohl nasceu na Alemanha e chegou ao distrito de Vila Rondônia (atualmente Ji-Paraná) no ano de 1949 para iniciar um trabalho de evangelização católica junto aos moradores. Ao padre salesiano é atribuído o erguimento da primeira capela do distrito de Vila Rondônia para a pequena comunidade ali existente, as construções Colégios Dom Bosco e do Hospital Nossa Senhora Aparecida com recursos provenientes de doações de parentes e admiradores alemães. A idealização da igreja matriz Dom Bosco, em Ji-Paraná também foi uma obra de Adolpho Rohl.
O padre Adolpho Rohl é uma das figuras de maior fervor religioso e de grande influência na história recente dos municípios de Ji-Paraná e Jaru, entre as muitas que se destacaram o cumprimento da fé. Adolpho Rohl nasceu na Alemanha e chegou ao distrito de Vila Rondônia (atualmente Ji-Paraná) no ano de 1949 para iniciar um trabalho de evangelização católica junto aos moradores. Ao padre salesiano é atribuído o erguimento da primeira capela do distrito de Vila Rondônia para a pequena comunidade ali existente, as construções Colégios Dom Bosco e do Hospital Nossa Senhora Aparecida com recursos provenientes de doações de parentes e admiradores alemães. A idealização da igreja matriz Dom Bosco, em Ji-Paraná também foi uma obra de Adolpho Rohl.
Apesar das muitas referências materiais que registram a passagem do padre alemão na região central de Rondônia, são poucas fontes existentes que permitem estabelecer um perfil completo do religioso que deixou o seu país de origem para se instalar em uma localidade cravada no meio da floresta do recém-criado Território Federal do Guaporé, depois de passar de passar por outros estados brasileiros. Quando chegou ao espaço definido atualmente como Estado de Rondônia no ano de 1949, padre Adolpho Rohl veio de barco contando com a caridade dos moradores para se alimentar. A fé era o seu ofício e ele decidiu fixar moradia próximo à margem do Rio Machado, de onde partia para visitas aos poucos fiéis e contatos para a “conversão” de índios. A primeira igreja de madeira foi construída com a ajuda de moradores ao santo de devoção: São João Bosco.
Em pouco tempo Adolpho Rohl passou a contar com a admiração e respeito dos moradores e se tornou uma referência no local, passando a exercê-la com muita autoridade, mesmo entre as muitas pessoas que recentemente chegavam para a exploração de garimpo de diamantes ou outras atividades. A palavra do padre era tão respeitada que ele era chamado até para a solução de conflitos entre garimpeiros por falta de autoridade policial no local.
Padre Adolpho Rohl foi um grande pacificador e deu um importante impulso para a propagação da fé católica. Ele é muito lembrado por todos que conviveram com o mesmo que não cansam de elogiar o seu idealismo ao criar escolas, atender bem aos índios e a cata aos doentes. A obra feita por ele é tamanha e influenciou não apenas aqueles que tiveram a honra de conhecê-lo pessoalmente, mas muitas gerações vindouras.
Apesar da aparência frágil, as atividades do padre não se limitavam às obrigações no distrito Vila de Rondônia. Vários foram os seus deslocamentos para celebrações de missas, batizados e casamentos em outras comunidades. Há também relatos de viagens para Cuiabá realizadas pelo padre salesiano seguindo o traçado da linha telegráfica em cima de animais, como inúmeras foram as idas para Porto Velho utilizando o meio de transporte ou de avião que ele mesmo pilotava. Um dos acontecimentos de maior notoriedade envolvendo Adolpho Rohl está relacionado à vinda de um aparelho de raios-X doado por parentes da Alemanha que deveria ser instalado no Hospital Nossa Senhora Aparecida. Além das dificuldades para se obter a liberação do aparelho junto às autoridades alfandegárias de Manaus para trazê-lo até o distrito, o padre ainda foi surpreendido com a incapacidade de a rede de energia elétrica fazer funcionar o equipamento na unidade de saúde. O fato serviu de argumento para que fosse solicitada a transferência do aparelho para outro local. Apesar da resistência do padre em autorizar a retirada, o equipamento foi levado para Porto Velho e o hospital anos depois foi vendido para o governo.
Adolpho Rohl pouco comentava sobre sua origem para as pessoas mais próximas, portanto são vagas algumas informações sobre a sua vida pregressa em território alemão. Sabe-se, porém que os últimos dias de vida do religioso no Brasil foram passados em uma residência de religiosos no ano de 1973 na atual cidade de Pimenta Bueno, depois de tomar a decisão de deixar o distrito Vila Rondônia por vivenciar fatos que o desagradaram. Ao receber a informação que sua mãe estava doente em novembro daquele ano, o padre que à época tinha 72 anos, decidiu viajar para a Alemanha. Pouco tempo depois de entrar no país, Adolpho Rohl foi vítima de um derrame cerebral, onde veio a falecer. O corpo foi enterrado em um cemitério alemão e a informação sobre a morte foi transmitida por meio de uma correspondência pelos parentes dele e alguns meses depois à igreja Católica no Brasil.
Referências:
REVISTA JI-PARANÁ E SUA HISTÓRIA: Edição Especial. Ji-Paraná, 2004.
VILHENA, João. Os Pioneiros: Urupá, Presidente Pena, Vila Rondônia e Ji-Paraná, Ji-Paraná, 2005.
_____________. Retalhos da História de Ji-Paraná. Ji-Paraná, 2005.
_____________. Os Pioneiros: Criação dos Municípios ao Longo da BR 364. Ji-Paraná, 1999.
A presença do padre Adolpho Rohl em Jaru
Adolpho Rohl esteve em Jaru antes de o local ser considerado distrito e realizou várias atividades religiosas. Visando conhecer um pouco mais do trabalho desenvolvido pelo padre no espaço que anos depois seria conhecido como município de Jaru, o autor conversou com parentes da “Família Cantanhêde” que conviveram pessoalmente com ele e prestaram um depoimento importante sobre a presença do padre no espaço jaruense. Confira:
Padre Adolpho Rohl iniciou a sua missão em território brasileiro na área sacerdotal em São Miguel da Cachoeira (AM) no alto do Rio Negro. Lá permaneceu cerca de nove anos, quando o acerbispado da Amazônia, por seus conhecimentos antropológicos, lhe deu uma espinhosa missão: fazer contato com as nações indígenas dos vales: Jamari, Jaru, Candeias, Jaci, Machado e Machadinho. O padre teria que visitar as tribos Araras, Gaviões, Bocas-negras, cintas-largas, dentre outros. Fazia parte desse pacote a catequese dos seringueiros da região e ele aceitou o desafio de levar o evangelho de acordo com os preceitos da fé católica.
A presença de Adolpho Rohl foi de notável importância para a abertura da BR 29 (atual 364), pois os piques de serviço cortavam áreas indígenas, onde muitas tribos eram hostis e não aceitavam a presença dos homens brancos. Todavia, Adolpho Rohl, habilidoso e conhecedor do idioma indígena, falava fluentemente o tupi-guarani e atuava como um anteparo para as equipes de serviço. “Talvez pelos seus estereótipos, os nativos lhe respeitavam e o temiam, pois ele possuía uma aparência física de um homem grande típico da Bavária alemã: ruivo, cabelos longos e avantajada barba. Seu rosto era tomado de pêlos, deixando apenas um belo par de olhos azuis violeta”, relata Maria Graciana Ribeiro Cantanhêde – conhecida popularmente como Mariana – ao traçar o perfil físico do padre.
Apesar da dificuldade em falar a Língua Portuguesa, todos conseguiram entender a mensagem que o padre Adolpho Rohl queria transmitir. Durante a homilia da Santa Missa, era amigo da Família Cantanhêde e visitava periodicamente os seringais da região. Quando chegava era bastante esperado por todos. Hospedava-se sempre na sede dos patrões e com Raimundo Cantanhêde sentava horas para organizar os batizados, casamentos e, por inúmeras vezes, contendas familiares e reconciliação entre casais. O padre deixava bem claro nos sermões que a morte infelizmente fazia parte da vida. “Dizia isso para que todos aceitassem a resignação inevitável”, diz Maria Graciana Ribeiro Cantanhêde. “Adolpho Rohl também era um homem bom, atencioso, brincalhão”, continua ao narrar o perfil social do padre.
Mariana Cantanhêde revela que apenas as crianças choravam com a presença do padre. Talvez, segundo ela, pela enorme barba que ele possuía. Ele também era devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (padroeira da Família Cantanhêde) e não perdia os festejos do dia 21 de setembro, data em que se homenageia com grande festa a padroeira da família. Nesse dia, a maioria das pessoas esperava Adolpho Rohl para a realização de casamentos, batizados, etc.
Padre Adolpho Rohl viveu nos anos 1950-1960 se locomovendo longas distâncias em lombos de animais da Vila de Rondônia até Ariquemes, cristianizando pagãos e catequizando indígenas, bem como ensinando a bondade a quem queria mudar o seu estilo de vida. Numa fora visto sem a batina e sua gola sacerdotal, além de um crucifixo exposto no peito. A importância do Padre Adolpho Rohl na história de Jaru fica evidente na definição de locais públicos dados em sua homenagem. O primeiro caso que se tem notícia é a criação do Projeto Integrado de Colonização Padre Adolpho Rohl implantado pelo Incra no ano de 1975. Outra forma de homenagear o padre foi colocando nome dele na principal avenida do município, onde há bancos, comércio de roupas, calçados, gêneros alimentícios, dentre inúmeros outros, além da Comunidade Católica São João Batista.
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Oi Elias, me chamo Pedro. Sou sobrinho-neto do padre Adolpho. Gostei muito das informações que colocou no seu Blog. Meu pai me contava muito sobre sua viagem à missão do Padre Adolpho quando jovem. Inclusive me mostrou algumas fotos (devo ter pelo menos uma guardada).
ResponderExcluirVocê tem algumas fotos do Padre Adolpho Rohl? Por favor, verifique e mande para mim por e-mail, se tiver alguma informação, pode mandar quantas fotos quiser. Meu e-mail é: eliasgpereira@uol.com.br
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