domingo, 15 de abril de 2012

História do jornalista Ivan Gonzaga de Carvalho (1951-2012)

Ivan Gonzaga teve uma atuação marcante no rádio em Jaru, onde atua como Diretor Artístico da Rádio FM do Povo (hoje Plan FM), além de criar ao lado do jornalista José Élcio Moreira, o lendário programa Jogo Aberto. Já na Rádio Nova Jaru FM foi o criador do programa Abrindo o Jogo, atração apresentada posteriormente por outros jornalistas e que atualmente tem como âncora o radialista Rangner Andrade. Parte do texto contido na presente reportagem faz parte do livro “Vivendo Nossa História”, obra lançada pelo escritor jaruense Elias Gonçalves em 11 de maio de 2013. 

 “Minha cara e minha nobre família jaruense” [e rondoniense] é com grande honra que apresentamos hoje uma homenagem ao saudoso Ivan Gonzaga, filho de Dona Júlia e “gente como você, que por muitos anos foi uma voz marcante nas ondas do rádio, que abraçou amigos novos e antigos e sempre esteve em paz com Deus”, até que Ele o chamou para Si no dia 25 de março de 2012 por volta das 2h30 da manhã. Ivan Gonzaga de Carvalho nasceu no dia 20 de fevereiro de 1951 em João Pessoa (PB). 

Filho do casal Luiz Gonzaga de Carvalho e Júlia Nogueira da Silva, ele sempre teve o pai como exemplo de vida e honestidade. Poucos relatos existem a respeito da adolescência e juventude de Ivan, mas o certo é que durante o período jovial ele era adepto da causa hip, algo bastante comum para os jovens da época. Antes de desenvolver as suas funções em solo rondoniense, Ivan trabalhou no Sistema Globo de Rádio em Recife e na Rádio Correio da Paraíba, uma das emissoras mais almejadas por ele. “Foi amor à primeira vista”, disse Ivan Gonzaga ao contar a sua trajetória em uma entrevista concedida com exclusividade à Rádio Interativa FM em setembro de 2006 durante o programa matutino Jornal Interativo, cujo áudio foi gentilmente cedido para a elaboração do livro produzido pelo escritor Elias Gonçalves. 

 Ivan relatou durante a entrevista à Interativa que para entrar na Rádio Correio da Paraíba ele teve que “provocar” a direção da emissora tecendo sérias críticas sobre a forma que um determinado programa estava sendo conduzido. O comportamento desafiador acabou lhe transformando em funcionário da emissora de novembro de 1976 a janeiro de 1979. Na ocasião, conforme pensara o diretor, se o “Filho de Dona Júlia” teve coragem de criticar a sua postura, teria que provar que sabia fazer melhor e somente uma oportunidade seria capaz de demonstrar a capacidade do jovem Ivan Gonzaga. Ivan Gonzaga veio para Rondônia em 1978 atendendo a um convite do então empresário Mário Calixto Filho (que dois anos depois fundaria o jornal O Estadão do Norte) para inaugurar a Rádio Eldorado do Brasil. Segundo ele, naquela época as emissoras existentes no então território eram consideradas arcaicas e a nova rádio gostaria de ser uma opção inteligente para o ouvinte. 

Ivan entrevistando o ex-prefeito Dema

Ivan trabalhou na fundação da Eldorado do Brasil, que, embora funcionasse na frequência AM, era praticamente uma FM, tendo em vista que possuía em sua grade de programação muita música de qualidade, informações, reportagens especiais e notícias de interesse da população. “Foi um período muito difícil, pois praticamente morava dentro da emissora”, disse ao relembrar as dificuldades encontradas para colocar a emissora em funcionamento. Em seguida Ivan Gonzaga convidou o amigo Bosco Gouveia para ser responsável pelo departamento de esportes. A parceria foi ótima e a repercussão da rádio junto aos milhares de ouvintes foi imediata. Ivan disse que sempre lutou pela liberdade de comunicação em todos os lugares por onde passou e se destaca pelo pioneirismo implantado em Rondônia. Trata-se da primeira (e talvez a única) transmissão internacional de um jogo envolvendo a Seleção Brasileira. A partida em questão foi Paraguai X Brasil com uma equipe exclusiva ao vivo no país vizinho. As passagens foram doadas pelo governador José Guedes que duvidou que a emissora em que Ivan Gonzaga trabalhava teria equipamentos necessários para garantir que o jogo do Brasil fosse transmitido em tempo real. 

Segundo documentos oficiais obtidos pelo escritor Elias Gonçalves, Ivan Gonzaga trabalhou ainda na Rádio Caiari de Porto Velho no período de 16 de novembro de 1980 a 31 de julho de 1982. A reportagem não encontrou nenhum registro profissional de Ivan de 1982 até o ano de 1986, quando ele ingressou na Assembleia Legislativa de Rondônia no dia 02 de maio por meio de concurso público. Em todos os locais por onde passou, Gonzaga conquistou grandes amigos com seu jeito sincero de ser, além do amor e do profissionalismo em todas as ações que fez. Ivan Gonzaga chegou ao município de Jaru no ano de 1990. A vinda dele para a cidade foi atendendo um convite feito por Silvernani Santos e Assis Canuto, que pretendiam fundar uma rádio na cidade com enfoque popular e, por conhecer o trabalho de Ivan, acreditaram que ele tinha o perfil adequado para conduzir a implantação da emissora. Naquela época Jaru possuía apenas Rádio Cidade 94,1 FM, mas devido ao grande crescimento existia uma enorme lacuna no meio radiofônico.

Contudo, antes de vir para Jaru, Ivan Gonzaga diz que travou uma “briga” com Deus porque ele queria ir para o Rio de Janeiro e trabalhar na Rádio Califórnia, mas, conforme constatado anos depois, a mudança de estado não era um plano divino. O filho de Dona Júlia só entendeu que Deus havia preparado algo para ele em Jaru quando perdeu os seis empregos que possuía em Porto Velho. Nessa ocasião, Ivan constatou que os planos de Deus não podem ser frustrados, independente do que pode pensar o ser humano. Ivan Gonzaga trabalhou muito para formar a equipe da emissora que estaria prestes a ser inaugurada em Jaru. Ivan fez “testes” com várias pessoas e, conforme dito por ele, sempre foi muito exigente, visando sempre à formação de grandes profissionais. Estava implantada em Jaru a Rádio FM do Povo (hoje Plan FM), uma emissora que veio com o objetivo de possibilitar ao ouvinte múltiplas opções de entretenimento e informação de qualidade. 

Um dos inúmeros programas mais conhecidos da rádio trata-se do extinto “Jogo Aberto” um programa de credibilidade apresentado por Ivan Gonzaga durante vários anos que, conforme o próprio nome sugere, tinha a democracia em seus pilares, defendendo sempre os anseios da população, mesmo que para isso tivesse que contrariar interesses escusos. Ivan Gonzaga de Carvalho foi batizado no dia 5 de março de 2000 na Igreja Batista Nacional de Jaru após decidir-se estar ao lado de Jesus e sentir-se preparado para descer às águas batismais. O talento de comunicador que Deus lhe deu na área jornalística se revelou em dose dupla: agora ele queria mesmo era anunciar o evangelho de Cristo, conforme descrito na Bíblia Sagrada. 

A Igreja Batista Nacional de Jaru reconheceu a chamada ministerial que Ivan havia recebido e o consagrou para a função. O pastor da Igreja Batista Nacional de Jaru, Jersiley Ferreira da Cunha, declarou em entrevista exclusiva ao escritor Elias Gonçalves que o missionário Ivan Gonzaga era uma pessoa honrada e que serviu muito bem a obra de Deus. Ambos eram muito amigos e o pastor Jersiley o via como um grande exemplo. Durante todo o tempo em que esteve a serviço do Reino de Deus, Ivan Gonzaga era carinhoso com todos, visitava os irmãos nas missões e até em outras igrejas dentro e fora do Estado de Rondônia, levando sempre a Palavra de Deus, algo prioritário em sua vida quotidiana. 

O jornalista José Élcio Moreira disse ao escritor Elias Gonçalves, por ocasião da produção do livro Vivendo Nossa História que Ivan Gonzaga ocupou durante um bom tempo o cargo de Diretor Artístico da FM do Povo (hoje Plan FM). A função permitia a Ivan ser responsável pela parte musical e da programação da rádio como um todo, enquanto isso, Élcio Moreira era o Diretor Comercial. A parceria trouxe resultados positivos e a audiência da emissora cresceu de forma espetacular. Ivan trabalhou na FM do Povo por muitos anos, criou o programa “Jogo Aberto” e atuou também na criação do “Tribuna do Povo”, um programa que desde a sua estreia teve como objetivo valorizar a população de Jaru e região, ou seja, algo feito pelo povo e para o povo, atendendo assim aos anseios de todos, independente da posição social. Élcio Moreira citou diversas ações pioneiras realizadas pela FM do Povo em Jaru e que tiveram a participação decisiva do antigo companheiro de trabalho. 

A primeira exposição agropecuária de Jaru (antiga Expoaja) que teve a transmissão via rádio contou com a participação de Ivan Gonzaga, bem como eventos esportivos realizados no Estádio Municipal Leal Chapelão com o apoio de outras pessoas, dentre elas, o próprio Élcio Moreira e Domingos Viana, ambos auxiliados pela equipe da emissora. “Ivan era uma pessoa de muita responsabilidade, amava fazer rádio, se entregava de corpo e alma à profissão, cobrava compromisso de todos e fazia tudo com amor”, relatou Élcio Moreira ao ser entrevistado pelo autor. O programa “Jogo Aberto” foi extinto em 2001 e, tempos depois, Ivan Gonzaga recebeu um convite do ex-deputado João da Muleta para se ingressar na Nova Jaru FM que entraria no ar através da frequência 94,1, que anteriormente pertencera à Rádio Cidade. Com a mudança de emissora, Ivan passou a apresentar um programa jornalístico no horário do meio-dia intitulado “Abrindo o Jogo”. Em pouco tempo a atração estava no gosto popular, graças à sua atuação democrática e da equipe liderada por ele, bem como das pessoas que estavam na direção. Ivan deixou a apresentação do programa no ano de 2006, mas continuou no rádio jaruense por algum tempo fazendo participações especiais em programas evangélicos como o Programa Cristo É Vida, apresentado pela Igreja Batista Nacional de segunda a sexta-feira na FM do Povo (hoje Plan FM) e durante algum tempo na TV Cidade, emissora de televisão jaruense. 

Ivan Gonzaga se casou duas vezes e teve quatro filhos. Ele conheceu a mulher que seria a sua segunda esposa em 2003, quando a mesma trabalhava no antigo supermercado Triângulina. O casamento de Ivan com Reni Soares Dias Carvalho, a “amada dos olhos verdes”, como ele gostava de chamá-la, ocorreu no dia 29 de abril de 2005, após dois anos de namoro. Segundo ela, Ivan era um excelente companheiro e o diálogo era marca registrada na vida do casal. A “amada dos olhos verdes” sempre acompanhava Ivan Gonzaga nos locais em que ele estava em missão evangelística e antes de transmitir a mensagem bíblica, Ivan fazia questão de apresentá-la como sua esposa à igreja, demonstrando sempre a importância da união e da reciprocidade na vida conjugal. 

Ao ser entrevistado pelo Jornal Interativo em setembro de 2006, Ivan confidenciou que saiu das emissoras jaruenses porque os programas jornalísticos não possuíam o seu perfil. Ivan optou por ficar fora do ar a ter que se submeter a determinações de pessoas influentes em virtude de interesses políticos, o que evidencia que ele não aceitava nenhum tipo de pressão. Em janeiro de 2008 Ivan Gonzaga recebeu o certificado de curso médio em Teologia feito pelo Seminário Batista Nacional do Estado de Rondônia. Segundo a então esposa dele, Reni Soares Dias Carvalho, Ivan possuía uma coleção com 76 Bíblias, sem contar as que foram doadas para as pessoas que precisavam manusear a Palavra, mas que, por um motivo ou outro, não tinham condições. Ivan dedicou boa parte de seus últimos dias na terra para servir a Deus e mesmo estando fora das emissoras de rádio em Jaru, ele arrumava um tempo em sua agenda diária para servir ao Criador. 

O Programa “Comunicação Gospel” foi uma de suas últimas atrações apresentadas na Rádio Boas Novas de Porto Velho e alcançou picos de audiência durante a exibição. Ivan Gonzaga se formou em Teologia em janeiro de 2008 pelo Seminário Teológico Batista Nacional do Estado de Rondônia, mas a formação apenas confirmou um dom que ele já havia recebido e que utilizava principalmente em benefício do reino de Deus. Todas as pessoas que tiveram a honra de conhecê-lo pessoalmente ou de ouvir as suas mensagens via rádio ou pela televisão são unânimes em dizer o quanto o mesmo contribuiu para enaltecer o nome de Jesus através da pregação da mensagem bíblica. 

A seriedade era algo primordial para Ivan Gonzaga e ele concluía os seus programas jornalísticos aconselhando aos milhares de ouvintes sobre a importância de terem uma vida digna e amar ao próximo como a si mesmo. Ivan Gonzaga de Carvalho não está mais na esfera terrena, mas jamais se esqueça de uma coisa: “Se você agir com dignidade, pode não consertar o mundo, mas de uma coisa tenha certeza: haverá sempre um canalha a menos. Agora não esqueça: Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. Busque este Senhor enquanto se pode achar. E ainda que eu falasse a linguagem dos homens ou a linguagem dos anjos, sem amor eu nada seria”, assim Ivan Gonzaga encerrava o espaço reservado a ele na programação jornalística do rádio em Rondônia. 

Confira o vídeo onde Ivan Gonzaga relata parte de sua trajetória: 

 


 

sábado, 14 de abril de 2012

Prefeitos de Jaru: Jean Carlos dos Santos

Jean Carlos dos Santos nasceu no dia 1.º de outubro de 1972 em Graccho Cardoso (SE). Filho de Raimundo Joaquim dos Santos e Maria Auxiliadora dos Santos, Jean morou cerca de um ano em Madureira (RJ) em 1991 e no ano seguinte veio para o município de Jaru, interior de Rondônia.
Prefeito Jean Carlos (foto: Elias Gonçalves)

Antes de entrar na política, Jean exerceu várias funções em Jaru. Ele trabalhou como repositor no antigo supermercado Triângulina e em seguida esteve ao lado de seu primo, João da Muleta ajudando-o na Casa de Apoio que o então deputado mantinha em Porto Velho. A primeira vez que Jean Carlos dos Santos participa do processo eleitoral em Jaru foi no ano 2000. Na oportunidade, Jean é o quinto candidato mais votação na eleição, sendo eleito com 531 votos. Naquele pleito José de Amauri dos Santos foi eleito para prefeito de Jaru e por conhecer a capacidade de Jean, convidou-o para ser Secretário Municipal de Obras, convite que é prontamente aceito.

Jean se define como uma pessoa simples e que cumpre as suas obrigações. Oriundo de uma família humilde, ele se considera uma pessoa muita ligada à família e correto em suas ações, além de gostar de esportes equinos, ou vaquejada, como é conhecido por alguns a modalidade que esportivas que é tradição em sua terra natal. Ele se casou em 2001 com Darlene Ribeiro Barbosa e dessa união nasceram duas filhas: Ana Beatriz e Maria Luíza.

Flávio Correia (vice) e Jean Carlos (prefeito)  ao tomarem posse em 2009
(Foto: Elias Gonçalves)
A eleição municipal ocorrida em 2004 foi outro desafio enfrentado por Jean Carlos dos Santos. E a votação alcançada confirmou que ele estava no caminho certo. Jean conseguiu 804 votos, sendo o segundo mais votado do pleito, mas, por motivo de legenda, não logrou êxito na ocasião. Contudo, tempos depois com a impossibilidade do saudoso vereador Ivo Pereira Lima (PMDB) em continuar no cargo para qual havia sido eleito em virtude de uma suposta compra de votos, Jean Carlos assume uma das cadeiras do Poder Legislativo municipal em outubro de 2005. O trabalho desenvolvido na Câmara Municipal em benefício da população jaruense e a expressiva quantidade de votos conseguidos possibilitaram ao então vereador Jean Carlos ser escolhido pelo PMDB como candidato a prefeito de Jaru na eleição municipal que ocorreu no ano de 2008.

Jean Carlos dos Santos foi candidato a prefeito de Jaru pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 2008 concorrendo com cinco candidatos e foi eleito com 11.517 votos (40,25% dos votos válidos). Os demais concorrentes obtiveram a seguinte votação: Sônia Cordeiro de Souza (PT) 8.275 (28,92%), Carmivalda Gomes dos Santos Gon (PTB) 6.517 (22,77%), Nelma Pereira Guedes Alves 1.297 (4,53%), Otacil de Sal Sampaio (Pequeno) 698 (2,44%) e Salomão Peixoto Cavalcante 312 votos (1,09%). Após ser eleito, um dos maiores desafios da administração Jean Carlos seria fazer o possível para que o município voltasse a ter estabilidade administrativa, algo tão necessário para que a cidade pudesse crescer de acordo com o seu potencial.

Em entrevista concedida ao escritor Elias Gonçalves, Jean revelou um dos principais motivos que levou a população de Jaru a escolher o seu nome para o cargo mais importante do município. Segundo ele, a escolha se deve ao fator do mesmo fazer parte de um grupo unido e com visão voltada para ao povo, independente da situação de cada um. Ao analisar o contexto político que culminou com a sua vitória nas ruas, Jean frisou a importância de uma boa equipe, além de agradecer a todos que confiaram no trabalho prestado por ele ao longo dos anos em benefício da população jaruense.

Jean enfrentou algumas dificuldades nos primeiros meses de administração, mas em pouco tempo mostrou que era capaz de vencer os obstáculos encontrados. Conforme relatou, o município estava inadimplente, com a máquina pública sucateada, além de não possuir crédito junto aos fornecedores da Prefeitura. A solução encontrada pelo prefeito foi parcelar as dívidas, pagar em dia e iniciar uma recuperação urgente dos maquinários pertencentes ao Executivo Municipal e cortar os gastos desnecessários.

As primeiras obras foram realizadas já no primeiro ano de sua administração. Foram vários quilômetros de pavimentação asfáltica na área central de Jaru e nos distritos com recursos próprios e através de parcerias com os governos federal e estadual. Foi também durante a administração do prefeito Jean que houve ampliações em várias escolas, compra de inúmeros veículos para a frota municipal, além da construção da Escola Municipal Marechal Cordeiro de Farias, estabelecimento de ensino situado à Linha 619, com salas de aula totalmente climatizadas. Outras obras que estão para serem inauguradas são o Teatro Municipal, localizado à Linha 605 nas proximidades da BR 364 e a Creche do Setor 06. Várias escolas da Rede Municipal de Ensino foram contempladas com reformas e/ou ampliações. Dentre elas estão: Tânia Barreto, Maria de Lourdes da Silva, Abrão Rocha, José de Souza (Tarilândia) e Frei Henrique de Coimbra (Linha 634), instituição de ensino fechada posteriormente devido ao número reduzido de alunos.

Os demais setores da esfera municipal não foram esquecidos pela administração. A Prefeitura adquiriu diversos ônibus escolares, o que contribuiu com a melhoria do transporte escolar. O município comprou tratores de pneu e caminhões para dar suporte ao produtor rural com horas-máquina gratuitas para o homem do campo e transporte sem nenhum custo de diversos produtos produzidos na zona rural. Visando garantir o devido aprendizado aos produtores, foram feitos cursos de capacitação para a classe, o que influenciou positivamente na produção agrícola. O trabalho desenvolvido pela equipe do prefeito Jean Carlos possibilitou ao município de Jaru receber o Selo Sim de Qualidade, identificação que garante ao comprador a certeza de que produto indicado possui procedência adequada. A administração municipal formou inúmeras parcerias que tiveram resultados positivos. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) executados em conjunto com o Senar e a Emater possibilitou aos produtores rurais a venda de dezenas de alimentos produzidos nas propriedades através das cooperativas previamente formadas.

A Secretaria de Saúde também foi contemplada com ações que pudessem facilitar a melhoria do atendimento no setor. A Prefeitura propõe aos médicos um salário de até R$ 25.000,00, por uma dedicação exclusiva. O município contratou especialistas em várias áreas e conta em seus quadros diversos profissionais, sendo dentre eles: ortopedia, cardiologista, psiquiatria, fonoaudiologia, Gastroenterologia, etc. Vale ressaltar que inúmeros exames e consultas podem ser realizados no próprio hospital municipal e/ou na Clínica da Mulher, bem como nos postos de saúde existentes no setor urbano e nos distritos.

Outra secretaria que, segundo Jean Carlos, recebeu atenção de sua administração foi a Secretaria Municipal do Trabalho e Ação Social (SEMTAS). Cursos de Corte e Costura, Panificação, Artesanato, dentre outros, foram desenvolvidos com sucesso em parceria com outros órgãos. Programas sociais como o “Leite é Vida”, distribuição de cestas básicas e peixes na Semana Santa e o Pró-Jovem Trabalhador, que oferece uma bolsa de R$ 100,00 por mês, são considerados importantes instrumentos de auxílio aos menos favorecidos. A SEMTAS também está à frente do projeto de construção de 219 casas populares, que, em parceria com o governo federal, possibilitará a realização do sonho da casa própria a dezenas de famílias jaruenses. 



Prefeitos de Jaru: Stella Mari

Stella Mari foi prefeita de Jaru por aproximadamente seis meses
(Foto: Flávio Afonso)

Stella Mari Martoni nasceu no dia 19 de agosto de 1969 em Jacarezinho, município do interior paranaense. Filha de José Martoni Netto e Miriam Figueiredo Martoni, Stella morou em Londrina e em outras cidades do Paraná, até se mudar para Ouro Preto do Oeste (RO) em 1995.

A vinda de Stella Mari para Jaru ocorreu no ano de 1998. Pouco depois ela já estava lecionando nas redes pública e particular do município, ofício que acredita desenvolver com maestria. Stella se considera uma pessoa extrovertida, simpática e coragem para vencer os desafios da vida diária.   Durante as horas vagas prefere ler para estar “sintonizada” com tudo o que acontece ao seu redor, além de obter os conhecimentos necessários no campo profissional.

Stella Mari é formada em Ciências Biológicas, ou Biologia, como é conhecido o curso atualmente. Os vários anos de experiência acabaram lhe credenciando para a vida política. Em 2004, Stella foi escolhida pelo Partido Progressista (PP), sigla partidária a qual estava filiada para ser a candidata na eleição municipal daquele ano. Na ocasião, o partido se coligou com o Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB) que tinha como candidato o então vereador Ulisses Borges de Oliveira. Após reuniões com os líderes dos partidos envolvidos, decidiu-se que Stella seria candidato a vice-prefeita na chapa de Ulisses Borges que contava à época com uma expressiva aceitação popular.

Ex-prefeita Stella Mari (Foto: Flávio Afonso) 
Stella Mari e Ulisses Borges disputaram a Eleição Municipal de 2004 concorrendo com outros dois candidatos: José Amauri dos Santos (PMDB) que buscava a reeleição e Severino Dias da Silva (PT). A eleição apontou o seguinte resultado: Amauri obteve 13.625 votos (47,849% dos votos válidos); Ulisses Borges 12.129 (42,595%) e Severino Dias 2.721 (9,556%). O resultado das urnas definiu Amauri dos Santos como prefeito reeleito, mas o processo eleitoral daquele pleito não terminou no primeiro domingo do mês de outubro, data estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a eleição.

Após a eleição surgiram denúncias em que o então prefeito José Amauri dos Santos figurava como acusado de suposta compra de compras. A Justiça analisou o caso e decidiu no dia 10 de outubro de 2005 afastar Amauri da Prefeitura para que ele se defendesse das acusações fora do cargo. Após o afastamento de Amauri, juntamente com o vereador Ivo Lima que estava passando pela mesma situação, o vice-presidente da Câmara, Agnaldo da Silva Lenque, o Agnaldão, assume a função de prefeito por alguns dias até que houvesse uma decisão judicial mais consistente. Clique aqui e veja a explicação do ex-prefeito Amauri para o caso. 

Ulisses Borges e Stella assumiram a prefeitura no dia 04 de novembro de 2005, mas naquela época ainda havia a possibilidade do prefeito afastado retornar ao cargo, pois o processo ainda não havia sido julgado em última instância. A saída de Amauri da prefeitura foi precedida por um período jamais visto em duas décadas e meia de história que o município tinha de emancipação. Nos onze meses posteriores houve dez trocas de prefeito, ou seja, praticamente um prefeito por mês. Em 23 de maio de 2006, Stella Mari foi “Prefeita por um Dia”, pois Ulisses foi afastado do cargo em virtude de algumas acusações que, ao ser entrevistado, negou todas elas. Em junho de 2008 (faltando seis meses para conclusão do mandato), Stella assume a função de prefeita de Jaru, acaba com a turbulência política em que a cidade atravessava e conclui o mandato em 31 de dezembro daquele ano.

A administração da prefeita Stella Mari trouxe algumas conquistas para os cidadãos jaruenses. Ela relata o pagamento dos servidores municipais dentro do mês trabalhado, recuperação de aproximadamente quinze quilômetros de asfalto, o fim da inadimplência municipal, etc. Além disso, conforme detalhou, a instalação dos três primeiros semáforos existentes em Jaru foi feita por sua administração, deixando o município com o trânsito mais organizado, colocando-o no rol das grandes cidades do Estado de Rondônia.

Outras conquistas citadas por Stella Mari se referem à efetivação do Plano de Carreira dos servidores públicos municipais que, embora estivesse sancionado pela administração anterior, não havia saído do papel. Stella diz ainda ter deixado vários convênios assinados para realização de asfalto em algumas ruas de Jaru e dos distritos de Bom Jesus e Tarilândia.


 

Prefeitos de Jaru: Ulisses Borges

Ulisses Borges de Oliveira nasceu em Irajuba (BA), no dia 2 de novembro de 1956. Filho de José Araújo de Oliveira e Rachel Borges de Araújo ele viveu até a década de setenta em sua terra natal. A chegada de Ulisses ao então distrito de Jaru ocorreu em 20 de abril de 1976. Segundo ele, o local era apenas uma vila associada ao Projeto de Colonização Padre Adolpho Rohl.
Ex-prefeito Ulisses Borges (Foto: Elias Gonçalves) 

Antes de exercer cargo público em Jaru, Ulisses Borges foi técnico em agropecuária. A primeira vez que Ulisses Borges participou da política em Jaru foi disputando o cargo de vereador na eleição de 1988 pelo antigo Partido Democrático Social (PDS). Na oportunidade ele obteve 190 votos. 

Em 1992, na terceira eleição municipal, Ulisses Borges é eleito para o cargo de vereador com 316 votos, o sexto mais votado do pleito eleitoral. Durante o seu primeiro mandato, Ulisses foi eleito como Presidente da Câmara Municipal para o biênio 1993-1994. Ulisses foi eleito vereador pela segunda vez em 1996 com 444 votos e no período de 1997-1998 foi novamente presidente do Poder Legislativo municipal. O ano 2000 foi marcante na vida política de Ulisses Borges. Ele obteve 810 votos na eleição municipal, quantidade suficiente para colocá-lo como o vereador mais votado na eleição daquele ano.

A primeira esposa de Ulisses Borges se chamava Selma Cândido do Rosário Oliveira. Dessa união nasceram dois filhos. Após o falecimento de Selma Oliveira, Borges se casa com Tânia Bezerra com quem convive até hoje.  Ao todo ele tem cinco filhos e somente um mora em Jaru; três deles residem em Porto Velho e outro nos Estados Unidos.

Então prefeito Ulisses Borges e o time da Jaruense que disputou o campeonato estadual de 2006 a 2008
(Foto: Acervo Pessoal de Wandervan Coelho dos Reis)

A expressiva votação que obteve na eleição ocorrida no ano 2000 fez com que Ulisses Borges almejasse vôos mais altos. Em outras palavras ele acreditava que estava preparado para ser prefeito do município em que foi vereador por três mandatos consecutivos. Contudo, antes de disputar o cargo, Ulisses foi candidato a deputado estadual em 2002 pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e conseguiu 5.021 votos, mas a votação obtida não foi suficiente para conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa. Em 2004, Ulisses Borges acredita estar preparado para ser prefeito de Jaru e concorre com o então prefeito José Amauri dos Santos (PMDB) que almejava a reeleição. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RO) divulgou o seguinte resultado: 13.625 votos para Amauri (47,85% dos votos válidos) e 12.129 (42,6%) para Ulisses. Uma diferença de pouco mais de cinco por cento dos votos impediu que Ulisses Borges de Oliveira fosse escolhido pelo voto popular.

Contudo, uma reviravolta no processo eleitoral, abriu um precedente para a posse de Ulisses Borges no cargo de prefeito. Amauri dos Santos que havia sido reeleito foi denunciado por suposta compra de votos e após análise da Justiça foi afastado da prefeitura no dia 10 de outubro de 2005 tendo que se defender das acusações fora do cargo. Depois de um breve período de entra-e-sai no comando da Prefeitura, onde o vice-presidente da Câmara, Agnaldo da Silva Lenque era prefeito enquanto se esperava uma nova decisão judicial, Ulisses assumiu o cargo no dia 04 de novembro de 2005. O período 2005-2008 bateu recordes de trocas de prefeitos em Jaru. Os 25 anos de emancipação político-administrativa comemorados em 2006 foram antecedidos por uma crise sem precedentes, pois em onze meses houve dez trocas de prefeito, uma média de quase um administrador por mês.

Ulisses Borges foi prefeito de Jaru de 4 de novembro de 2005 a junho de 2008. Entretanto, em 23 de maio de 2006, a vice-prefeita Stella Mari Mortoni foi “prefeita por um dia” quando Ulisses foi afastado do cargo e, por decisão da Justiça, voltou no dia seguinte. Ulisses Borges tem como uma das conquistas de sua administração o almejado Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos servidores do município de Jaru. A Lei Municipal 1036/GP/07, após várias análises e aprovação pelo Poder Legislativo foi sancionada por Ulisses Borges em 20 de junho de 2007. Ulisses não colocou o PCCS em funcionamento, mas a sanção do Plano foi o último passo para que o mesmo pudesse ser efetivado, garantindo assim a necessária valorização aos funcionários públicos municipais.

Ex-prefeito Ulisses discursando
Ulisses Borges citou algumas ações de sua administração, dentre elas, a resolução do problema existente no instituto de previdência, o Jaru-Previ. Segundo ele, em seu período, a Prefeitura analisou a real situação da previdência municipal, parcelou os débitos e elaborou uma lei para que os repasses do Jaru-Previ fossem descontados diretamente no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), impedindo assim, segundo ele, futuros transtornos aos servidores municipais estatutários. De acordo com Ulisses Borges, os Setores 4, 5, 6 e 8, bem como a Área Industrial ficaram prontos para fazerem a escritura pública durante o período em que esteve à frente do Executivo Municipal, além da construção de poços artesianos em Santa Cruz da Serra e Jaru-Uaru.

Questionado pelo escritor Elias Gonçalves sobre as denúncias que culminaram com o seu afastamento do cargo de prefeito, Ulisses Borges foi enfático: “nada foi provado e tenho a consciência tranquila”, disse. Ulisses foi afastado pela Câmara Municipal acusado de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no que se refere ao índice da Folha de Pagamento do município. De acordo com Ulisses, o fato da ultrapassagem do percentual destinado ao pagamento dos salários dos servidores municipais foi devido ao fluxo de arrecadação que às vezes diminui ou aumenta a cada mês, modificando assim o índice da folha. “Os recursos que entram nas contas da Prefeitura não são idênticos nos doze meses do ano, por isso há diferença de percentuais”, explicou. Ulisses declarou ainda que todas as denúncias que foram feitas contra ele foram consideradas sem fundamento pela Justiça.

Ulisses Borges de Oliveira se define como um homem comum com seus princípios religiosos. Ele diz que é temente a Deus, respeita a todos e procura fazer o bem dentro de suas limitações. 



Prefeitos de Jaru: José Amauri dos Santos


Então prefeito Amauri (Foto: Beto Neves)
José Amauri dos Santos nasceu no dia 06 de maio de 1964 em Graccho Cardoso (SE). Filho de Manoel Benivaldo dos Santos e Maria Narcisa Andrade Santos, Amauri viveu em sua cidade natal até 1978 quando se mudou para o município de Conde, localizado na Bahia. Após residir por alguns anos na cidade baiana, Amauri decide se mudar para Pimenta Bueno em 1983 e dois anos depois chega ao município de Jaru. Em 1988, José Amauri dos Santos se casa com Maria Auxiliadora de Oliveira Silva e dessa união nasce um filho: Rafael Oliveira Santos.

 A primeira função pública de Amauri em Jaru foi de Assessor do prefeito Sidney Rodrigues Guerra (PMDB), embora estivesse sido eleito para o cargo de vereador com 405 votos na Eleição Municipal de 1988. Ele trabalhou também como vigia, frentista, garçom, dentre outras funções, mas o seu trabalho predileto, como define, é mesmo fazer política. E foi exatamente na política que Amauri passou a ser conhecido por grande parte da população jaruense.

 José Amauri dos Santos concorreu com inúmeros candidatos na eleição de 1992 e obteve 426 votos, quantidade suficiente para colocá-lo como o segundo mais votado para o cargo de vereador. A atuação de Amauri na Câmara Municipal fez com que o partido em que era filiado o escolhesse como candidato a prefeito na eleição de 1996 pelo Partido Popular Socialista (PPS). Amauri concorreu ao cargo tendo o saudoso Ivo Pereira Lima como candidato a vice-prefeito. Na ocasião eles conquistaram 9.577 votos (41,084% dos votos válidos) e os demais concorrentes alcançaram a seguinte votação: Manoel Rodrigues Nonato (PPB) 89 votos (0,382%), Severino Dias da Silva (PT) 2.966 (12,724%) e Ademário Serafim de Andrade, conhecimento popularmente como Dema, foi eleito como 9.875 votos, o que representava 42,362% do eleitorado. Além disso, durante o mandato do ex-governador Valdir Raupp (PMDB), Amauri foi Secretário de Articulação e desenvolveu diversas ações com os municípios rondonienses.  

Tecnicamente Amauri não saiu derrotado do pleito de 1996, pois mesmo sem um mandato eletivo ele não esqueceu o sonho de ser prefeito de Jaru. Contudo em 1998, ele havia retornado ao PMDB e coloca o seu nome como opção para deputado federal visando representar o Estado de Rondônia em Brasília. Na ocasião, ele recebe 15.208 votos, mas por quatro votos, o município deixa de ter um representante na Câmara Federal. Como a política está em sua veia, Amauri não desiste jamais. Em 2000, ele está de volta ao cenário político e em uma coligação formada por oito partidos é eleito prefeito de Jaru com 15.107 votos, tendo como candidato a vice-prefeito, Leomar José Baratella, o primeiro prefeito eleito pelo povo no município de Jaru. Amauri assume a Prefeitura em 1.º de janeiro de 2001 tendo várias dificuldades para administrar a cidade, pois dias antes de assumir o cargo, um incêndio de grandes proporções – segundo a perícia que investigou o caso, criminoso – destruiu o prédio da prefeitura e consumiu inúmeros documentos ali existentes. 

Prédio da Prefeitura de Jaru sendo consumido pelas chamas no dia 23 de dezembro de 2000 - 9 dias antes da posse de Amauri
Amauri participando da inauguração do prédio do MP de Jaru 

O ano de 2004 seria decisivo para a vida política de Amauri e teoricamente fácil o processo de reeleição. A administração municipal estava estabilizada e ele havia conseguido dezenas de obras de emendas federais e outras com recursos próprios para o município. Durante a entrevista concedida com exclusividade ao escritor Elias Gonçalves, Amauri relembrou algumas delas: asfaltamento das margens da BR 364 (Avenida JK) do Trevo ao Posto Aliança, construção da Clínica da Mulher, Escola de Jaru-Uaru no distrito de mesmo nome e José de Sousa em Tarilândia, além de compra de equipamentos e maquinários para a realização de obras. Amauri considera que a presença constante e diálogo que teve com a bancada federal foram decisivos para a efetivação de diversos convênios que após serem concretizados, trouxeram benefícios concretos para a sociedade jaruense, culminando assim no período em que o município foi contemplado com a maior quantidade de obras de sua história. Amauri foi para a reeleição com o apoio de dez partidos e a votação nas urnas apontou o seguinte resultado: Amauri com 13.625 votos (47,849% dos votos válidos), Ulisses Borges 12.129 (42,595%) e Severino Dias 2.721 (9,556%). Amauri foi considerado oficialmente como prefeito reeleito, entretanto aquela eleição não seria decidida nas urnas, mas na esfera judicial.

Página 01 do Decreto de Amauri por causa do
incêndio no prédio da Prefeitura de Jaru
Poucos dias depois após a proclamação do resultado, uma denúncia foi protocolada na Justiça acusando José Amauri dos Santos e o companheiro dele de partido, o vereador reeleito Ivo Lima de terem supostamente comprado votos. Após a Justiça ouvir várias pessoas das partes envolvidas, Amauri é afastado do cargo no dia 10 de outubro de 2005 e teria que se defender das acusações fora do mandato para qual havia sido conduzido pelo povo. O fato foi precedido por uma turbulência política no município, causando-lhe quase uma intervenção estadual.

 Indagado pelo escritor Elias Gonçalves a respeito do processo que lhe custou o cargo de prefeito, José Amauri dos Santos foi claro e objetivo. “Uma quadrilha liderada por adversários fez um processo bem montado que não prejudicou o cidadão Amauri, mas a cidade de Jaru”, diz, referindo-se às obras que, segundo ele, foram paralisadas após a mudança repentina na administração municipal. O projeto era asfaltar as margens da BR 364 no perímetro das Linhas 625 a 627, mas foi interrompido em virtude da indefinição política que aconteceu após a saída de Amauri da Prefeitura. Tempos depois após ser afastado do cargo, uma testemunha de acusação alegou que havia recebido recursos financeiros para incriminar Amauri, mas o depoimento não foi considerado válido pela Justiça.  

Página 02 do Decreto 2960/GP/2001
A população de Jaru parece ter entendido com clareza a mensagem transmitida por Amauri dos Santos desde que o processo de compra de votos veio a público. Em menos de dois anos, o nome dele estava novamente nas ruas e no bom sentido. Amauri concorre ao cargo de deputado estadual em 2006 e alcança a expressiva quantidade de 11.849 votos, o sexto mais votado daquele pleito. Durante o biênio 2009-2010, Amauri foi o segundo secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Rondônia, período a qual ele valoriza com tanto carinho e respeito. A eleição de 2008 não teve a participação direta de Amauri. Mas ele participou de forma ativa do pleito que teve o primo dele, Jean Carlos dos Santos como prefeito eleito. Veja a história política de Jean Carlos clicando aqui

Impedido de disputar cargos públicos eletivos por problemas surgidos na época em que era prefeito de Jaru, Amauri ficou um bom tempo fora do pleito eleitoral. Entretanto, como o próprio declara que “tem a política na veia”, o político não desiste fácil. Na eleição municipal de 2020, mesmo disputando “sangrando” (como se diz no jargão político quando alguém concorre a um pleito com uma liminar que pode ser suspensa a qualquer momento), José Amauri dos Santos conseguiu 8.610 votos, o equivalente a 30,35% dos votos válidos. A eleição foi vencida pelo prefeito reeleito João Gonçalves Silva Junior que alcançou 19.357 votos, o que equivaleu a 68,24% da votação considerada válida. 




Boletim de Ocorrência da queima do prédio da Prefeitura de Jaru 

Página 01

Página 02

Prefeitos de Jaru: Dema

Ex-prefeito Dema (Foto: Moacir Azevedo)

Ademário Serafim de Andrade (1957-2014), conhecido popularmente como Dema, nasceu no dia 19 de maio de 1957 em Colônia Leopoldina no Estado de Alagoas. Filho dos agricultores Otávio Luís de Andrade e Maria Osair Nunes de Andrade, ainda criança Dema migrou com a família para Porecatu no Paraná antes de fixar residência em Rondônia. Em 1977, a família decide se mudar para a região de Ji-Paraná, local em que possuía terras. Na época, Dema começou a trabalhar no ramo de transporte, adquiriu um caminhão, depois uma frota, permanecendo algum tempo nessa localidade.

Familiares do ex-prefeito Dema que residem em Jaru disseram ao escritor Elias Gonçalves que ele chegou à cidade no ano de 1989 e em pouco tempo começou a trabalhar no ramo de beneficiamento da borracha e arrendou uma usina do ramo no município. Mais tarde, Dema adquiriu a usina e se mudou para Jaru, onde se estabeleceu. Durante vários anos, a empresa Quirino do Norte de sua propriedade funcionou no município, gerando assim diversos empregos e renda para parte da população. “Dema tinha um perfil de administrador e era muito organizado”, relatou a ex-esposa dele, Lúcia Costa. Dema se casou com Lúcia Costa em 1987, em uma união que durou até o ano de 2002. Dessa união nasceram duas filhas: Daiany e Beatriz. Em 2002, Dema foi residir em outra localidade, porém as filhas optaram por continuar morando em Jaru.

Ademário Serafim de Andrade disputou a primeira eleição em Jaru no ano de 1992 incentivado por um amigo, o saudoso advogado Aparício Paixão. Na oportunidade ele concorreu ao cargo de prefeito com outros três candidatos: Airam Fernandes Lage, Francisnaldo Bezerra e Ruy Luiz Zimmer. O pleito foi vencido por Ruy Zimmer e Dema alcançou o terceiro lugar com 4033 votos, uma diferença de 1846 votos para o 1.º colocado e de 940 para o segundo mais votado naquela eleição, Francisnaldo Bezerra. O resultado o colocou como uma das principais lideranças do município de Jaru, em virtude da grande aceitação popular.

Dema e Nilsão (Fonte desconhecida) 
Em virtude da votação expressiva obtida no pleito eleitoral de 1992, dois anos depois Dema reaparece no cenário político. Dessa vez, como 1.º suplente do candidato ao Senado, Ernandes Amorim. Amorim é eleito Senador e Dema passa a ser suplente do cargo e na ausência do titular poderia assumir uma cadeira no Senado Federal.

O ano de 1996 foi decisivo na vida política de Ademário Serafim de Andrade. O município se preparava para eleger o quarto prefeito e Dema colocou o seu nome para ser apreciado pelos eleitores. Além de Dema, outros quatro candidatos disputaram o cargo: José Amauri dos Santos (PPS), Sônia Lúcia Costa (PL), Severino Dias da Silva (PT) e Manoel Rodrigues Nonato (PPB). Segundo informações descritas no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RO), a eleição apontou o seguinte resultado: Ademário Serafim de Andrade foi eleito com 9875 votos (42,362% dos votos válidos), José Amauri dos Santos alcançou 9.577 (41,084%), Sônia Lúcia Costa 580 (2,488%), Severino Dias da Silva 2.966 (12,724%) e Manoel Rodrigues Nonato com 89 votos e o percentual de 0,382%.

Dema administrou o município de Jaru em conjunto com o vice-prefeito João Nilson Dias, o popular Nilsão. Fontes ouvidas pelo autor relataram que Ademário Serafim de Andrade procurou conduzir os destinos da cidade com dedicação em tempo integral, exigindo muito de si mesmo, além de acompanhar e fiscalizar as obras que estavam sendo feitas. Dema possuía uma visão futurista e constatou e necessidade de se criar mais duas secretarias: a Secretaria Municipal do Trabalho e Ação Social (Semtas) e Secretaria Municipal de Agricultura. Ao criar as novas pastas, Dema traçou metas a serem desenvolvidas por cada uma delas e pelas demais, uma vez que, conforme acredita, era preciso investir na melhoria de vida da população, além de atrair novas empresas para o município, gerando assim emprego e renda.

Prefeito Dema abraçando Maria Graciana, a doadora do terreno onde a escola JK, situada à
Linha 617, foi construída (Fonte: Jornal A Notícia)

Um dos projetos implantados pela administração do então prefeito Dema (1997-2000) trata-se do Projeto Água Viva, um projeto de piscicultura que visava aumentar a renda familiar, executado com o apoio da Suframa. Além disso, foram distribuídas cerca de três milhões de mudas de café através da Secretaria de Agricultura, prestando assim um atendimento diferencial ao produtor rural. 

Dema sendo entrevistado pelo radialista Ivan Gonzaga
(Fonte desconhecida)
Durante o mandato do prefeito Ademário Serafim de Andrade, diversas obras que aconteceram no município tiveram o apoio da esfera federal. Foi o primeiro momento que Jaru teve um deputado federal, sendo representado, à época, por Silvernani Santos. As emendas liberadas pelo governo federal contemplaram várias obras, dentre elas estão as seguintes: construção de um ginásio coberto e um centro olímpico nas dependências do Estádio Municipal Leal Chapelão, a quadra esportiva da Escola Municipal Jean Carlos Muniz, implantação da Biblioteca Municipal, canalização de córregos entre as Ruas Afonso José e Rio de Janeiro, além da construção da Maternidade Infantil anexa ao prédio do Hospital Municipal.

As obras feitas durante a administração Dema possibilitaram ao município de Jaru a indicação de “Cidade Modelo Ano 2000” pelo jornal Correio do Recife. O fato foi muito comemorado pelo prefeito, principalmente após a divulgação do resultado, pois o município recebeu dos organizadores o diploma de honra ao mérito. À época, Dema que foi escolhido como “Prefeito Expoente Nacional” definiu a conquista inédita na história do município como o reconhecimento de um trabalho feito com zelo e ações concretas em benefício da coletividade.

O ano 2000 seria muito importante para Ademário Serafim de Andrade demonstrar que estava preparado para continuar administrando o município. As eleições municipais haviam chegado e ele disputou a reeleição concorrendo com os seguintes candidatos: José Amauri dos Santos (PMDB) e Carlos Henrique Bueno da Silva, o doutor Carlos (PT). Contudo o inesperado aconteceu após a abertura das urnas. O pleito municipal apontou o seguinte resultado: José Amauri dos Santos foi eleito com 15.107 votos (56,58% dos votos válidos) e Dema ficou em segundo lugar com 7.648 (28,64%). O representante do Partido dos Trabalhadores conseguiu 3.945 votos, o que representava 14,77%, conforme informa o Tribunal Regional Eleitoral.

Ademário Serafim de Andrade não concluiu o mandato de prefeito até o dia 31 de dezembro do ano 2000, data definida como o último dele no cargo em virtude de não ter alcançado a almejada reeleição. Em meados do penúltimo mês de mandato, Dema foi afastado do cargo pela Justiça e o vice-prefeito João Nilson Dias concluiu o mandato até o seu término em 31 de dezembro daquele ano. 

Nilsão foi prefeito de Jaru por
aproximadamente 
um mês e meio (entre novembro
e dezembro de 2000 
(Foto: Acervo da Família)  
João Nilson Dias, conhecido popularmente como Nilsão, nasceu em Tabatinga, São Paulo. Em seguida, morou com os pais na cidade de Mamburê, no Paraná. Em 1980, mudou-se para Rondônia, onde enfrentou uma série de dificuldades, mas, pela sua persistência, conseguiu superá-las.

Como vice-prefeito, Nilsão trabalhou de forma conjunta com o então prefeito Dema, sempre procurando auxiliar o gestor naquilo que o responsável pelo município gostaria de colocar em prática. Durante a gestão do então governador do Estado de Rondônia, José de Abreu Bianco (PFL), Nilsão chegou a ocupar de forma paralela ao cargo de vice-prefeito em Jaru a função de secretário adjunto de obras  no Estado. 

 João Nilson Dias foi diagnosticado com um câncer em 2018 e faleceu aos 67 anos, no dia 22 de dezembro do mesmo ano que recebera o diagnóstico.






Veja abaixo: Atualização feita em 02/05/2014

Fonte: Jaru Online


Urgente: ex-prefeito de Jaru tem veículo 

alvejado a tiros e morre ao colidir 

de frente com caminhão

O ex-prefeito da cidade de Jaru Ademário Serafim de Andrade, popular Dema, faleceu nesta noite de quinta-feira (01), vítima de um acidente de transito ocorrido na cidade Rolim de Moura, mais precisamente na RO-479 km 08, próximo ao aeroporto daquela cidade.
O veículo HB-20 que era conduzido pelo ex-prefeito bateu de frente com um caminhão boiadeiro, resultando em sua morte instantânea. A perícia da Policia Civil constatou no veículo de Dema, duas perfurações a bala.
O motorista do caminhão disse a Polícia, que Dema seguia em sentido contrário e de repente invadiu a sua pista, ele informou também não lembrar de ter avistado outro veículo seguindo o ex-prefeito.
A Polícia já trabalha na tentativa de elucidar as causas do acidente bem como na identificação dos autores do atentado a bala contra o ex-prefeito da cidade de Jaru.
A situação que ainda está envolto em mistérios, tem como uma das versões para as perfurações no veículo, que ele teria sido alvejado por um motociclista ainda por volta das 19:00 horas na BR 364, entre os município de Ji-Paraná e Presidente Médici, onde segundo informações repassadas por parentes, Dema não teria sido atingido e teria resolvido continuar a viagem até Rolim de Moura, mas ficou com medo e resolveu retornar, momento que teria ocorrido o acidente por volta das 22:00 horas.
Ademário Serafim de Andrade morreu aos 56 anos, ele administrou a cidade de Jaru de 1997 a 2000. Dema era considerado uma das personalidades mais marcante na política local. Ademário tem parte de sua família estabelecida na cidade de Jaru, mas ultimamente residia na cidade de Porto Velho. 
O Vereador Moisés da Manaim, que genro de Dema, se deslocou nesta madrugada para Rolim de Moura onde está providenciado o traslado do corpo do ex-prefeito para a cidade de Jaru onde será velado até as 18h00 na Primeira Batista Nacional e em seguida levado para Porto Velho na Igreja Presbiteriana do Brasil Gileade onde será velado até as 11h00 deste sábado (03), e em seguida sepultado.
Dema esteve reunido pela última vez com sua família na cidade de Jaru, na tarde desta quinta-feira, e posteriormente seguiu para a cidade de Rolim de Moura. Dema esteve reunido pela última vez com sua família na cidade de Jaru, na tarde desta quinta-feira, e posteriormente seguiu para a cidade de Rolim de Moura.















Escolas de Jaru: Cooped

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