terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Prefeitos de Jaru: João Gonçalves

João Gonçalves prefeito de Jaru
de 2017 a 2024
(Foto: Assessoria)

João Gonçalves da Silva Junior nasceu em 19 de setembro de 1992, no município de Ji-Paraná, mas desde pequeno reside com seus familiares em Jaru, local onde está a sede da empresa da família, o Grupo Irmãos Gonçalves, que, em Jaru, engloba dois supermercados e um frigorífico, o Frigon.

João Gonçalves possui uma vasta experiência no ramo empresarial e já participou de Intercâmbio em Idioma em Nova York, além de Gestão, Estratégica e Liderança de Organizações Pública e Privada. Entretanto, em termos empresariais, começou a trabalhar oficialmente no grupo Irmão Gonçalves em janeiro de 2011, onde atuou na Gestão de Tecnologia da Informação (TI), no acompanhamento e supervisão de Marketing e nas negociações internacionais do grupo.

João Gonçalves foi eleito em outubro de 2016 para ocupar o cargo mais importante de Jaru, com apenas 24 anos, onde teve a mais expressiva votação da história do município e recebeu 21.497 votos, o que equivale a 78,06% dos votos válidos e o consagrou como o segundo prefeito mais votado do Estado de Rondônia. Em 2018, foi eleito o segundo tesoureiro da Confederação Nacional dos Municípios – CNM, o primeiro representante de Rondônia na diretoria da entidade.

A construção de um novo prédio para o Hospital 
Municipal Sandoval de Araújo Dantas marcou o
primeiro ano da gestão municipal
(Foto: Assessoria)

Conforme divulgado publicamente por ele, o primeiro ano de mandato (2017) foi pautado na organização do município, em razão de, segundo afirma, do sucateamento em que a cidade se encontrava. A gestão se destacou pela rápida construção de um novo prédio para o Hospital Municipal Sandoval de Araújo Dantas. O investimento realizado em parceria com a iniciativa privada por meio da Associação Amigos de Jaru foi essencial para a garantia de saúde pública de urgência e emergência com qualidade, fazendo de Jaru uma referência. Além disso, foram realizados inúmeros investimentos, entre eles: reforma e ampliação de Unidades de Saúde (UBS), construção do Centro de Especialidades Médicas, Construção da sede própria do Centro de Saúde Marcelina Tereza, no setor 08, Construção do Central de Armazenamento e Distribuição de Medicamentos, construção do Centro Especializado em Saúde da Mulher no Setor 04, construção do Centro de Saúde João Castro Lacerda, setor 04, entre outras benfeitorias.

A prefeitura adquiriu várias máquinas durante a gestão
(Foto: Assessoria)

Outro ponto de destaque na gestão foi a modernização da frota própria, com aquisição de veículos e maquinários novos, a implantação de um dos maiores programas de restauração com mais de 7 km’s de ruas que estavam em completo abandono e foram recuperadas com recapeamento asfáltico, além de asfaltar cerca de 50 km na zona urbana do município e nos distritos. O planejamento da gestão também fez a construção de duas unidades do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS (sede própria), além da construção da Capela Mortuária, local destinado a velórios, onde familiares podem dar o último adeus a seus entes queridos.

A entrega de 394 casas no Jardim Europa
foi um marco na vida dos moradores do residencial
(Foto: Assessoria)

Durante a primeira gestão (2017-2020) também aconteceu a construção da primeira etapa do Centro de Convivência do Idoso, a entrega das 394 casas do Conjunto Habitacional Jardim Europa e o apoio aos pequenos produtores rurais. Outros feitos da administração municipal foram a construção da sede própria do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais, a substituição de velhas pontes de madeira de médio e pequeno porte por tubos armcos e galerias de concreto, bem como o maior investimento da história em drenagem de águas pluviais.

A escola Maria do Socorro foi inaugurada
no dia 10 de fevereiro de 2020
(Foto: Elias Gonçalves)

No campo educacional, o município investiu na reforma e ampliação de vários estabelecimentos municipais e fez a entrega da escola Maria do Socorro Lopes Soares no Setor 03. Dentro dessa mesma temática, a construção de um novo prédio para a escola Tânia Barreto, inaugurado em 20 de dezembro de 2024, representou um importe avanço para a comunidade do setor onde a escola está inserida. Em um investimento jamais visto na educação municipal, a prefeitura implantou em 100% das unidades escolares o Sistema Aprende Brasil do grupo Positivo e fez a aquisição de computadores portáteis para alunos do 4º e 5º Ano e professores do município. Já no campo cultural foram feitos investimentos que possibilitaram a realização do Festival Gastronômico, Barco Cross, Arraiá das Escolas Municipais, Cantata Natalina, entre outras atrações, que enalteceram o município como um todo. Na área de saúde, durante a pandemia de Covid-19, o município agilizou todos os trâmites necessários para disponibilizar leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para atender pacientes contaminados pelo coronavírus e que precisam de atendimento especializado.

A praça José Bento da Silva foi construída em 
Tarilândia (Foto: Elias Gonçalves)

Os distritos de Bom Jesus, Santa Cruz da Serra, Tarilândia e o subdistrito de Jaruaru foram contemplados pela administração João Gonçalves. Em todos eles foram reformadas as unidades básicas de saúde para garantir um atendimento digno à população.  Na zona urbana de Tarilândia, por exemplo, foi construída uma praça que recebeu o nome do pioneiro José Bento da Silva (1974-2019) e um posto de saúde em nome do também pioneiro da localidade, Izaltino Lopes de Andrade (1932-2018). Ainda em Tarilândia, o município fez a regularização da zona urbana e o distrito passou a contar com loteamento devidamente regularizado, além de um novo bairro, a construção de três quilômetros de asfalto novo e a pavimentação de 14 trechos. Já em Bom Jesus, teve a construção de uma quadra de futebol sintético e a ampliação da escola Centro Educacional de Bom Jesus, instituição de ensino infantil que existe no distrito. Além disso, a zona urbana da sede municipal e dos distritos recebeu uma atenção especial e foi contemplada com 100% de lâmpadas de LED.

A sintonia entre prefeito e vice marcou a 
administração de forma positiva
(Foto: Assessoria)

João Gonçalves Junior destaca que o primeiro mandato foi definido como o momento de organizar a cidade, que se encontrava, segundo avalia, totalmente sucateada. Já o segundo, foi conquistado em outubro de 2020, ao conseguir a reeleição com 19.357 votos, o equivalente a 68,24% da votação considerada válida. A aprovação expressiva nas urnas foi entendida como a cidade estava caminhando no rumo certo e que o modelo de gestão implantado deveria continuar graças ao expressivo volume de obras que existia em vários setores da municipalidade.

Durante o segundo mandato (2021-2024), várias obras de infraestrutura fizeram parte da realidade jaruense. O Centro Comercial Urbano construído no local onde antes existia a Rodoviária dos Colonos mudou completamente a localidade transformando o prédio em um cartão postal. A construção do Feirão do Produtor no Setor 03 no local onde funcionou a extinta garagem da prefeitura mudou a geografia do local. Já o Hospital da Criança anexo ao hospital municipal fez a diferença no atendimento aos munícipes que pertencem à primeira faixa etária da vida. O Teatro Municipal e o início das obras da Biblioteca Municipal também embelezaram a área central do município.

O Centro de Saúde Marlene Vaz Lopes foi
construído no Loteamento Morumbi 
(Foto: Assessoria)

Dentro do campo da saúde é importante pontuar que foram construídas novas UBS’s, sendo entre elas, o Centro de Saúde Marlene Vaz Lopes, no Loteamento Morumbi e o Centro de Saúde José da Silva Bernardo no Savana Park. O município reformou e ampliou o Lar da Criança e construiu a segunda etapa do Centro de Convivência do Idoso, além de repassar quase R$ 2 milhões para manutenção de entidades sociais no âmbito municipal. Mais de 15 galerias de concreto, aquisição de uma usina própria de asfalto, revitalização da Avenida Dom Pedro I com a construção de uma pista de caminhada estão entre as inúmeras de obras que foram entregues à população.  Ainda na Avenida Dom Pedro I foi construída uma praça ao lado da escola municipal Jean Carlos Muniz. Outras praças também foram edificadas: uma no Jardim dos Estados, uma no Savana Park e outra no Jardim Europa que, ganhou também uma quadra poliesportiva.

A Avenida Florianópolis foi parcialmente
duplicada (Foto: Assessoria)

Ainda no centro da cidade, a Avenida Florianópolis foi duplicada no trecho compreendido entre a Rua Plácido de Castro e a BR-364. A também avenida Tapajós recebeu obras de duplicação no perímetro que vai da Rua Mamoré até a Otaviano Pereira Neto e fez com que o trânsito fluísse melhor na região que abriga o IFRO com o curso de Medicina Veterinária e a Fimca Unicentro com Medicina Humana. Na área esportiva, o estádio municipal Leal Chapelão foi contemplado com uma arquibancada nova. Por outro lado, a Avenida Padre Adolpho Rohl teve as suas calçadas padronizadas, o que facilitou a circulação de veículos e pedestres, além de criar novas vagas de estacionamento. 

O Jardim dos Estados foi contemplado com
uma praça (Foto: Assessoria)

O alinhamento político entre o grupo liderado pelo prefeito João Gonçalves e os deputados Lúcio Mosquini (federal) e Luís do Hospital (estadual) resultou em vários benefícios, muitos deles aguardados a séculos pela população. A duplicação da ponte sobre o Rio Jaru e da BR-364 no Setor 08 representou um marco na gestão municipal, além de alavancar o crescimento do bairro, especialmente no entorno da principal rodovia federal que existe no Estado. Muitas obras foram concluídas ou tiveram início durante a gestão, o que torna um desafio enumerar todas elas.

João Gonçalves conseguiu unir forças
 para eleger Jeverson Lima como seu sucessor
(Foto: Assessoria) 

Em 2024, João Gonçalves Junior esteve diante de um de seus maiores desafios de sua vitoriosa carreira política: eleger o seu sucessor. Mesmo consciente do trabalho realizado em prol do desenvolvimento municipal, o prefeito afirma que sabia que não seria nada fácil. E realmente não foi.  Em uma disputa com apenas dois candidatos ao Executivo Municipal, João Gonçalves conseguiu unir forças para eleger Jeverson Luiz de Lima com 16.342 votos (55,75% dos votos válidos), seu vice nos dois mandatos. “Sem dúvidas, o trabalho realizado nos últimos anos foi decisivo para definir a sucessão”, disse João Gonçalves.

João Gonçalves e Jeverson Lima: trabalho de parceria
(Foto: Assessoria)

Ao ser questionado sobre o seu futuro político, o prefeito não crava os próximos passos de forma exata, mas diz que “ama Jaru e o Estado de Rondônia”, ressaltando que o futuro a Deus pertence. “Encerro este mandato com a certeza de que ajudei a escrever uma nova história para Jaru, juntamente com uma equipe competente, com o apoio de um grupo político com os mesmos propósitos e com o auxílio dos meus pais, colocamos Jaru na rota do desenvolvimento, tendo o devido respeito e reconhecimento que merecemos”, concluiu.

 

Fontes:

PREFEITURA DE JARU. Lei nº 3.545, de 19 de junho de 2023. Disponível em: <https://transparencia.jaru.ro.gov.br/transparencia/aplicacoes/publicacao/download.php?id_doc=028558&extencao=PDF>. Acesso em: 28. Nov. 2024. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Escolas de Jaru: Cooped

Prédio da Cooped em 26 de janeiro de 2006
 (Foto: Elias Gonçalves)
A Cooperativa de Profissionais em Educação – Cooped – iniciou as suas atividades pedagógicas no município de Jaru no ano de 2004. Em seu sistema de ensino, a instituição atende a alunos do Maternal II ao ensino médio, além de oferecer cursos de pré-vestibular e aulas preparatórias para concursos públicos.

Durante os primeiros anos de existência, a escola Cooped atendeu a sua clientela em um prédio localizado à Rua Florianópolis, esquina com a Tiradentes, no mesmo local onde, por muito tempo, funcionou o Colégio Visão.  Entretanto, para atender a sua demanda de forma plena, foi necessário se mudar no ano de 2011 para outra localidade, passando a ser situada à Rua Ceará, esquina com a Avenida Rio de Janeiro, no Setor 03, no mesmo prédio em que abrigou as antigas escolas Fofolândia e Colégio Abílio Blanco, o lendário C-A-B.

Conforme preconiza seus ideais, o estabelecimento de ensino tem como visão um processo de ensino-aprendizagem pautado na independência do aluno tendo como base a metodologia ativa utilizada no Sistema Positivo de Ensino, o material utilizado na instituição. A Cooped entende que é de suma importância para a comunidade jaruense, tendo em vista que atende sua clientela com uma educação diferenciada por meio de uma metodologia ampla e suportes específicos para a necessidade de cada discente.

Prédio da Cooped em 15 de setembro de 2024
(Foto: Elias Gonçalves)

Anualmente a escola desenvolve vários projetos educacionais. Entre as ações pedagógicas destacam-se: Feira das Profissões (trabalha o espírito empreendedor dos alunos); Semana Solidária (busca aguçar em cada discente a solidariedade); Projeto Grilo Falante (visa instigar a leitura) e Prepara Enem (como o próprio nome sugere, tem como foco preparar a classe estudantil para o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem).

Além das disciplinas convencionais, a Cooperativa dos Profissionais em Educação oferece uma grade diferenciada em relação à escola pública. A unidade escolar conta com quatro escolinhas de esporte que oferecem futsal, futebol de campo, voleibol e handebol que, no ano de 2024, atende aproximadamente 300 atletas. A escola é uma das referências no município quando o assunto é a classificação de estudantes em bolsas de estudo em nível superior.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

História de Jaru: Símbolos Municipais

Ouça o hino de Jaru enquanto você conhece a história dos símbolos municipais

A criação dos símbolos representativos do município de Jaru (Brasão e Hino) ocorreu através de um concurso realizado pela Prefeitura no período compreendido entre 27 de junho e 30 de agosto de 1985. O edital, datado de 27 de junho daquele ano, definiu que a premiação seria de Dois Milhões de Cruzeiros em cada modalidade. A Comissão Organizadora foi presidida por Sara Xavier dos Santos, sendo auxiliada pelos seguintes membros: Ilso Gomes Montin, Nathan Monte Raso Barbosa, Rosicler Meneguetti e Custódio Ferreira Filho.

À época do concurso, a Comissão Organizadora recebeu a inscrição de 42 brasões e 14 hinos. Em seguida, foi organizada uma exposição nas instalações da Câmara Municipal, facultando aos moradores a opção de prestigiar os trabalhos produzidos. A escolha do Brasão e do Hino de Jaru ocorreu em outubro de 1985 e os vencedores foram: Antônio Cândido da Silva (Hino) e Djalma Rodrigues Maimone (Brasão). A melodia do hino foi composta por Ednaldo da Silva Santos, 3º sargento e músico da 17ª Brigada de Infantaria de Selva.

Os símbolos municipais de Jaru foram instituídos pelo Projeto de Lei nº 035/85, de 24 de outubro de 1985. A apresentação aos munícipes ocorreu em 04 de novembro do mesmo ano.

Brasão

Djalma Maiome, o criador do Brasão de Jaru  
(Foto: Acervo da Família)        


O desenho definido pela comissão organizadora para ser o Brasão de Jaru apresentava traços semelhantes aos da Bandeira escolhida. A estrela e os ramos de café e cacau também estão presentes, mas o desenho produzido pelo autor Djalma Rodrigues Maimone apresenta outros elementos que fazem parte da riqueza histórica local. 

O Brasão oficial de Jaru foi definido em 1985

(Fonte: Câmara Municipal de Jaru) 







Ao fundo há uma luz sob a forma de raios deslumbrantes que provém da estrela central do Brasão.  A parte central apresenta o contorno da cabeça de um indígena, último habitante antes da chegada do chamado homem branco. Dentro da cabeça do indígena existe a estrela amarela no centro (representando o sol e o ouro). Mais abaixo, a BR 364, a ponte, o Rio Jaru e uma planta de seringueira em cada lado da margem do rio representando mais uma riqueza jaruense. Nas bordas do Brasão existem os ramos de café e cacau, símbolos da produção local. Logo abaixo, a data da lei que criou o município e ao centro, no sentido vertical, a espada de ouro representando a força, a garra, a determinação e a vontade de vencer da população local.

Bandeira 

Professor Laércio Dias em foto de 2020
(Foto: Divulgação)
O vencedor do concurso que definiu a bandeira de Jaru foi o professor Laércio Dias, primeiro diretor da escola estadual Capitão Silvio de Farias. O desenho escolhido para representar o município apresentava um escudo colocado sobre a Bandeira de Rondônia, uma vez que Jaru é um dos municípios do Estado e também por lembrar o destino de grandeza e nobreza. A estrela simboliza Jaru, brilhando no céu de Rondônia e se destacando entre as demais cidades do Estado. 

Os galhos de café e cacau contidos na bandeira de Jaru simbolizam as riquezas locais à época da realização do concurso, uma vez que o município se sobrepunha a muitos outros, sendo um dos maiores produtores de café e cacau em Rondônia. As cores da bandeira representam um propósito bem definido: azul (a abundância das águas e a beleza do céu); verde (riqueza vegetal: florestas e seringais); amarelo (riquezas minerais); branco (a vocação pacífica do jaruense, um povo que deseja paz para poder produzir mais e melhor). Também revela, segundo descreve o próprio autor, a pureza de propósitos e a firmeza de caráter de uma população que continua na luta e não desanima, ou seja, segue firme em seu objetivo de progresso.

Bandeira (original) de Jaru (Fonte: Câmara Municipal)

A Bandeira do município de Jaru foi criada durante a gestão do Prefeito, em cargo de comissão, Raimundo Nonato da Silva (1981-1983). Uma reportagem publicada na edição nº 14.182 do jornal Alto Madeira com data de 05 e 06 de dezembro de 1982, narrou a realização da solenidade de hasteamento em frente ao então prédio da prefeitura. Conforme informado pela publicação, a cerimônia ocorreu na manhã do dia 26 de novembro de 1982.

          

Em princípio foi lida a descrição da Bandeira; explicados os seus significados em seguida foi  hasteada pelo Professor Laercio Dias, autor do desenho que ganhou o concurso para a escolha da Bandeira do Município. O pavilhão foi escolhido através de concurso que se realizou em 07 de setembro deste ano [1982], porém, somente em 26 de novembro ela foi hasteada pela primeira vez.

(ALTO MADEIRA, 05-06 de dezembro de 1982). Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=060160&pagfis=33047>. Acesso em: 01. Nov. 2021. 


As bandeiras municipais são inspiradas nas estaduais e, essas, por sua vez, na Bandeira nacional. Porém, o significado hoje atribuído às cores da bandeira, não foi assim em sua concepção original.

Em relação à Bandeira do Brasil é importante considerar que:

 

O retângulo verde, que passou a representar nossa natureza, antes remetia à Casa de Bragança (a família de dom Pedro I). O amarelo, hoje símbolo da riqueza mineral do país, era a cor da Casa de Lorena (da arquiduquesa dona Leopoldina, esposa de dom Pedro I). E o círculo azul era a esfera armilar, também presente na bandeira portuguesa do Império. Agora, indica nosso céu estrelado.

(SUPERINTERESSANTE, setembro de 2016).  

Hino 

Antônio Cândido da Silva, compositor do hino de Jaru (Foto: Roni Carvalho)

Ao compor o hino de Jaru, Antônio Cândido da Silva considerou três fases distintas da história local: o indígena, o seringueiro e o migrante, com seus costumes e sociabilidades diferentes. Na primeira estrofe, o seringueiro é o elemento principal pela maneira, como sua presença, seu trabalho e determinação, conquistaram para a posteridade brasileira a região amazônica, especificamente Jaru. A sua história está inserida no município pela maneira sutil como soube conquistar e conviver com a floresta, suas lendas, perigos e desafios.

 A segunda estrofe destaca os Jarus, povos nativos habitantes do lugar, cuja história, cultura e costumes levaram Cândido Mariano da Silva Rondon a dar ao rio o nome de uma das mais nobres tribos que habitavam a região. A estrofe destaca também a atuação de Rondon que, na função de estrategista dos sertões, ligou seu nome à região ao instalar na área mais uma de suas muitas estações telegráficas. A seguir, a letra do hino enfoca a importância do migrante, que descobre na terra a vocação do progresso. O estribilho (refrão) é reservado ao lavrador, o homem simples do campo, que traz no sangue o destino da terra.

A solenidade de apresentação dos símbolos municipais foi realizada pelo prefeito da época, Leomar José Baratella em 04 de novembro de 1985 na data em que o município comemorou o quarto aniversário, embora a data correta seja 16 de junho. O evento contou com uma expressiva participação popular, representantes do governador Ângelo Angelim, secretários municipais e os vencedores do concurso, que receberam das mãos do prefeito Baratella o prêmio divulgado pelo certame.

A escolha do hino representou um importante marco na construção da identidade de Jaru. Contudo, poucas pessoas tomaram conhecimento da letra e da música, principalmente, por não haver uma gravação profissional durante muitos anos.  Porém, em 2009, devido ao empenho da administração municipal, em conjunto com a professora Ciderli Santana Souza e membros da Secretaria Municipal de Esporte Cultura e Lazer (SEMCEL), o hino de Jaru foi oficialmente gravado com uma nova roupagem, mas preservando a sua originalidade. A gravação foi feita com a participação de Indianara Cazuza, Anildo da Costa e Walison Huan Castro.

A letra original do hino de Jaru é:


Forjado na bravura do herói
Que com denodo a selva conquistou
Na saga dos imensos seringais
Que o sonho de riqueza acalentou
Da epopeia simples dos jarus
Na grandeza do rio eternizado
Que o gesto de justiça de Rondon
Há de fazê-lo, sempre lembrado.


Jaru tem o destino que o migrante quis
Vendo da terra brotar o fruto
Do trabalho de um povo feliz

Fazendo no trabalho o seu destino
Um novo herói constrói neste sertão,
Na crença de quem sabe da riqueza
A vicejar da força deste chão.
De um projeto, um dia implantado,
Nesta terra de esperanças mil,
Nasceu Jaru, celeiro de Rondônia
Com o homem forte deste Brasil.

Fonte:

PEREIRA, Elias Gonçalves. A Biografia dos Distritos de Jaru. Cacoal: Priint Impressões Inteligentes, 2022 (pp. 191-199). 

sábado, 29 de junho de 2024

Escolas de Jaru: Instituto Federal de Rondônia - IFRO

Professor Sérgio, servidor do IFRO, discursando em Jaru no dia 21 de maio de 2012 durante
a aula inaugural do Polo Avançado do IFRO em Jaru (Foto: Elias Gonçalves)













A história do IFRO – Instituto Federal de Rondônia – em Jaru começou no ano de 2012 com a criação de um Polo Avançado em parceria com a Prefeitura de Jaru, onde eram oferecidos diversos cursos à distância nas áreas de Informática, Finanças e Agente Comunitário de Saúde. O passo seguinte foi pensar em um local em que a instituição pudesse funcionar de forma estruturada e com isso o município pudesse contar com o primeiro estabelecimento de ensino federal.

 Em 02 de dezembro de 2014, a Prefeitura de Jaru, durante a gestão da prefeita Sônia Cordeiro, mediante a aprovação da Câmara Municipal, sancionou a Lei nº 1974/GP/2014, onde o Executivo Municipal estava autorizado a doar ao IFRO um imóvel, onde, à época, funcionava a secretaria municipal de Obras e Meio Ambiente. O terreno era no mesmo lugar em que décadas passadas acontecia as festividades da Exposição Agropecuária de Jaru, a Expoaja.

O terreno doado conta com 49 mil m², tamanho suficiente para que o futuro campus do Instituto Federal de Rondônia tivesse plenas condições de se instalar e construir suas dependências de forma que pudesse atender à classe discente no mesmo padrão de outras localidades do Estado onde o IFRO se faz presente. Após os trâmites necessários no que se refere ao processo de doação, houve uma grande união da classe política para que o município pudesse contar de fato com uma instituição federal de grande porte.

Um dos políticos entusiastas do projeto, o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) colocou emendas federais com valores até então jamais vistos para Jaru. Com isso, as emendas liberadas por meio do parlamentar custearam boa parte das despesas que eram necessárias para colocar em prática as atividades projetadas pela instituição.´

Prédio do IFRO em 28 de outubro de 2024 
(Foto: Elias Gonçalves)

As aulas presenciais no IFRO em Jaru tiveram início em fevereiro de 2017 com os seguintes cursos: Técnico em Segurança do Trabalho (concomitante e subsequente ao ensino médio), Técnico em Comércio (concomitante ao ensino médio), além de Técnico em Finanças e Técnico em Cooperativismo. A inauguração da primeira etapa das instalações ocorreu em maio de 2017, com a presença do então Ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho e possibilitou que o então Campus Avançado se transformasse em Campus Jaru, garantindo assim um grande progresso na instituição no que tange não apenas à sua estrutura física, mas ao apoio logístico do governo federal com equipamentos, bem como no quantitativo de servidores.

Jaru e Região estão em um local onde a produção rural se destaca em vários sentidos. Pensando em oportunizar aos munícipes uma formação onde há público para se atuar, o Instituto Federal de Rondônia lançou com grande sucesso em outubro de 2018 o Edital para o processo de seleção dos acadêmicos de Medicina Veterinária, cuja duração é de cinco anos. As aulas da primeira turma foram iniciadas no primeiro semestre de 2019 e representaram um marco na história contemporânea local, sendo o primeiro curso superior presencial oferecido gratuitamente à população.

Em março de 2023, a Prefeitura de Jaru anunciou a aquisição de um lote rural para a implantação de uma fazenda experimental destinada às atividades dos cursos Medicina Veterinária e Zootecnia. Com isso, o campus do IFRO Jaru terá plenas condições de possibilitar à classe discente aulas mais dinâmicas e diversificadas, visando, dessa maneira, formar alunos e acadêmicos devidamente capacitados para desenvolver as suas habilidades de forma mais eficiente.

Outro projeto que marca a história do campus IFRO Jaru é a “Escola do Chocolate”. Conforme afirma a instituição,  “o projeto surge a partir de parcerias institucionais firmadas inicialmente entre o Campus Jaru e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RO), no ano de 2021, para o desenvolvimento de ações em prol do Projeto Cacau Sustentável de Rondônia, que é coordenado pela gerência local do Sebrae em Jaru e conta com outros parceiros como: Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), entre outros parceiros”.

Ainda sobre o assunto, conforma declara o IFRO, um dos grandes focos do projeto Escola do Chocolate “é valorizar e impulsionar a agricultura familiar, oportunizando novas formas de renda e a venda de produtos de maior qualidade. Para isso, em 2023 foram direcionados 5 milhões de reais via emenda parlamentar do Senador Confúcio Moura. Para 2024, estão programados mais 5 milhões para continuidade e expansão do projeto, também via emenda do senador. “Ainda existe o planejamento de liberação por parte do senador de um valor aproximado de 10 milhões, em um prazo de três anos, para que se chegue a 2.100.000 (dois milhões e cem) mudas doadas aos produtores rurais (cacauicultores) do estado de Rondônia”.

Em 2024, o campus do IFRO em Jaru oferece os seguintes cursos: Técnico em Agronegócio (subsequente ao ensino médio), Técnico em Alimentos (integrado ao ensino médio), Técnico em Comércio (integrado e subsequente), Zootecnia (nível médio), Técnico em Segurança do Trabalho (subsequente), além de Bacharelado (nível superior) em Medicina Veterinária, Tecnologia em Gestão Pública (EaD) e em Gestão Comercial (EaD).

 Referências:

INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA. Campus Avançado Jaru inicia atividades em sede própria. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/2171-campus-avancado-jaru-inicia-atividades-em-sede-propria>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

________________________. Campus Jaru realiza lançamento de curso técnico em zootecnia. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/11468-campus-jaru-realiza-lancamento-de-curso-tecnico-em-zootecnia>. Acesso em: 28. Jun. 2024.

___________________________. Conheça o Projeto Escola do Chocolate desenvolvido pelo IFRO Campus Jaru. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/14755-do-cultivo-ao-processamento-do-cacau-conheca-o-projeto-escola-do-chocolate-desenvolvido-pelo-ifro-campus-jaru>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

________________________. Curso Técnico em Zootecnia do Campus Jaru contribuirá com o desenvolvimento regional. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/11481-curso-tecnico-em-zootecnia-do-campus-jaru-contribuira-com-desenvolvimento-regional>. Acesso em: 28 Jun. 2024.

_______________________________. Cursos Jaru. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/jaru/cursos>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

______________________________. Ministro da Educação inaugura primeira etapa da unidade do IFRO em Jaru. Disponível em: https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/2709-ministro-da-educacao-inaugura-primeira-etada-da-unidade-do-ifro-em-jaru>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

JARU ONLINE. Ministro da Educação em Jaru lança obra de Clínica Veterinária do IFRO com recursos do deputado Lúcio Mosquini. Disponível em: https://jaruonline.com.br/ministro-da-educacao-em-jaru-lanca-obra-da-clinica-veterinaria-do-ifro-com-recursos-do-deputado-federal-lucio-mosquini/>. Acesso em 14. Jun. 2024.

___________________________. Realidade! Processo seletivo para curso de Medicina Veterinária no IFRO Jaru está aberto. Disponível em: <https://jaruonline.com.br/realidade-processo-seletivo-para-curso-de-medicina-veterinaria-no-ifro-jaru-esta-aberto/>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

___________________________. Jaru: Construção da Clínica Veterinária do IFRO segue em ritmo acelerado. Disponível em: <https://jaruonline.com.br/jaru-construcao-da-clinica-veterinaria-do-ifro-segue-em-ritmo-acelerado/>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

NEWS RONDÔNIA. Prefeito de Jaru anuncia aquisição de um lote rural para a implantação da fazenda experimental do IFRO. Disponível em: <https://newsrondonia.com.br/noticias/2023/03/13/prefeito-de-jaru-anuncia-a-aquisicao-de-um-lote-rural-para-a-implantacao-da-fazenda-experimental-do-ifro/>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

PREFEITURA DE JARU. Lei nº 1974/GP/2014. Disponível em: <https://transparencia.jaru.ro.gov.br/transparencia/aplicacoes/publicacao/download.php?id_doc=002078&extencao=PDF>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

RONDONIAGORA. IFRO de Jaru poderá sair do papel, garante deputado Lúcio Mosquini. Disponível em: <https://www.rondoniagora.com/geral/ifro-de-jaru-podera-sair-do-papel-garante-deputado-lucio-mosquini>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

TUDO RONDÔNIA. Jaru terá hospital veterinário público do IFRO com recursos do deputado Mosquini. Disponível em: <https://www.tudorondonia.com/noticias/jaru-tera-hospital-veterinario-publico-do-ifro-com-recursos-do-deputado-mosquini,55331.shtml>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

Escolas de Jaru: Escola Adventista

Frente da escola Adventista de Jaru em 29 de junho de 2024 (Foto: Elias Gonçalves)


 A história da Escola Adventista em Jaru começou no ano 2000 com a participação de diversas pessoas que foram decisivas na implantação da instituição no município. Israel da Silva Mariano, Sérgio Lafuente e Liberato, além da professora Viviane Oliveira de Araújo – que, em 2024, trabalha na escola desde a fundação – estão entre as pessoas que influenciaram para que se tornasse realidade a presença do estabelecimento de ensino na cidade.

Frente da escola Adventista em 13 de abril de 2013
Foto: Elias Gonçalves

Entretanto, o funcionamento da escola no endereço onde a mesma está localizada – Rua Plácido de Castro, esquina com a Paraná – teve também a participação decisiva de Daniel da Silva Graça, então vereador pelo PDT, eleito em 1996 com 321 votos. À época da implantação, no ano 2000, Daniel da Graça foi um dos mentores do projeto que culminou com a doação de parte do terreno que antes pertencia à escola Plácido de Castro para a implantação da escola Adventista. O então parlamentar fez uma indicação ao Executivo Municipal que providenciou os trâmites necessários junto ao Governo do Estado. Vale ressaltar que antes de funcionar no local citado, a instituição chegou a realizar algumas atividades em um prédio localizado à Avenida Tiradentes (próximo à Dom Pedro I), mas foi por pouco tempo.

Parte interna do terreno onde a escola foi construída antes
de concluir as instalações (Foto: Arquivo Escola Adventista)

A escola Adventista de Jaru atende ao ensino infantil (Creche e Pré-Escolar I e II) e aos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Sua fundação ocorreu no ano 2000 e o reconhecimento como estabelecimento educacional foi concretizado dois anos depois.  O padrão de ensino é reconhecido por sua excelência, sendo fundamentado em princípios bíblicos-cristãos. Conforme consta em sua didática, o estabelecimento de ensino enfatiza o processo educativo de forma integral e incentiva a interação entre a teoria e a prática, o pensar e o fazer, a razão e a emoção, o individual e o coletivo, a causa e o efeito, além de entender que tanto os educadores como os educandos podem ensinar e aprender.

Foto antiga que registra uma turma na
frente da escola (Foto: Arquivo Escola Adventista)

Presente em mais de 165 países, a instituição é representada por 8.539 instituições da educação infantil ao ensino superior, com aproximadamente 107 mil professores comprometidos na formação de aproximadamente dois milhões de alunos. Dentre estes países, está o Brasil, que tem aproximadamente 512 unidades, com 225 mil alunos em todas as regiões do Brasil. 

Em Rondônia, a escola Adventista conta, no ano de 2024, com 08 unidades em sete municípios, sendo: 01 em Vilhena, 02 em Ji-Paraná, 01 em Ouro Preto do Oeste, 01 em Ariquemes, 01 em Mirante da Serra, 01 em Porto Velho e 01 em Jaru.

A primeira escola da Igreja Adventista do 7º Dia (IASD) foi organizada em 1872, em Battle Creek, Michigan (Estados Unidos) e foi denominada como Battle Creek College – Colégio de Battle Creek, em tradução livre. A fundação aconteceu graças ao empenho dos pioneiros da igreja Adventista, ou seja, a escola não tem um dono, mas uma organização. John e Augusta Boehm foram os primeiros pioneiros da instituição, que desde o século XIX vem contribuindo com a formação de inúmeros alunos e também professores já que atua em diversas áreas do campo educacional.

A jornada construída pela igreja Adventista, que inclui a implantação de milhares de escolas pelo mundo afora, se transformou em uma produção cinematográfica que recebeu o nome “Como Tudo Começou”. Confira o filme abaixo: 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Escolas de Jaru: EFA Dom Antônio Possamai

Dom Antônio Possamai
(Foto: www.iper-amazônia.com.br)

      Escola Família Agrícola Dom Antônio Posssamai tem  esse nome em homenagem a Antônio Possamai (1929-2018), bispo católico que, em vida, teve uma vasta folha de serviços religiosos prestados na Região Amazônica. 
     Antônio Possamai nasceu em Ascurra (SC) no dia 05 de abril de 1929. Informações contidas na biografia do religioso apontam que ele chegou em Ji-Paraná como Bispo Diocesano em 1983. Com sua chegada ao solo ji-paranaense, o local, que era apenas uma Prelazia, se transforma em Diocese e se expande de forma elevada.

Possamai chegou à região movido por vários desafios. Além de acolher o grande número de pessoas que vinham para Rondônia na década de 1980, era preciso seguir à risca sus convicções religiosas e dar uma atenção especial aos mais pobres, bem como aos povos indígenas que sofriam com a grilagem de terras provocadas pelo processo expansional da época.

Embora tenha enfrentado dezenas de desafios, o trabalho feito pelo seu antecessor em Ji-Paraná – o também Bispo Dom José Martins da Silva – foi de grande valia para o que Antônio Possamai gostaria de colocar em prática. Registros indicam que o religioso acompanhou o nascimento e o fortalecimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), Grupos de Reflexão e, claro, as Pastorais da igreja Católica na região. Informações apontam que o trabalho desenvolvido nas localidades que pertencem à Diocese de Ji-Paraná teve muitos frutos e participantes das PJ’s, como são chamadas as Pastorais da Juventude, acabaram assumindo cargos em sindicatos e outros movimentos sociais que lutam por melhorias para os menos favorecidos.

Em 1983, ainda no primeiro ano de sua chegada em Ji-Paraná, Dom Antônio Possamai foi o responsável por idealizar o Projeto Padre Ezequiel Ramim, cuja ações tem como foco buscar uma solução para a falta de saúde pública em várias esferas, a questão da educação de qualidade como um todo e a educação camponesa. O projeto teve uma grande repercussão e recebeu recursos da Alemanha para que pudesse ser colocado em prática.

Paralelamente às atividades do Projeto Ezequiel Ramim, começaram a surgir as – posteriormente – chamadas EFA’s – Escolas Família Agrícola – instituições de ensino que buscam a formação de jovens que residem na zona urbana em algo que seja próprio da realidade vivenciada por cada um deles. A ênfase dada é que filhos e filhas de agricultores possam ser capacitados para permanecerem em seus locais de origem e dali tirar o próprio sustento, evitando assim, o chamado êxodo rural.

Dom Antônio é considerado pelos seguidores da fé católica como uma voz firme que ecoou em vida e que, após a sua morte, deixou um grande legado. Por diversas vezes foi Presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sediada em Manaus. A sua luta fez com que a CNBB desmembrasse o órgão que a representa na região e fundasse a Regional Noroeste, cuja sede está situada em Porto Velho.

Dom Antônio Possamai atuou em Ji-Paraná de junho de 1983 a junho de 2007, totalizando 24 anos de serviços prestados. Ele faleceu aos 89 anos, em 27 de outubro de 2018 e, à época, era Bispo Emérito de Ji-Paraná. Seu corpo está sepultado em um túmulo localizado dentro da comunidade São José, em Ji-Paraná.

 

A Escola Família Agrícola Dom Antônio Possamai  

Prédio da EFA Dom Antônio Possamai em 04 de abril de 2015 (Foto: Elias Gonçalves)

A Escola Família Agrícola Dom Antônio Possamai está situada no km 02 da RO-463 (Linha 623), rodovia estadual que dá acesso da BR-364 ao município de Governador Jorge Teixeira.

O surgimento do estabelecimento de ensino começou com o seguinte dilema: depois de cursarem o ensino fundamental, os jovens campesinos (moradores da zona rural) praticamente ficam sem opção de estudarem em cursos que ofereçam auxílios (subsídios) técnicos para que continuem na propriedade e pratiquem uma agricultura familiar produtiva, respeitando as iniciativas organizacionais da comunidade.

Preocupados com essa situação, agricultores, agentes de pastorais da Paróquia jaruense São João Batista e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Jaru e as Associações de Produtores Rurais procuraram um modelo de escola que possibilitasse a continuação do estudo dos jovens rurais a partir do 1ª ano do Ensino Médio. Encontraram na Pedagogia da Escola Família Agrícola (EFA), essa resposta, como alternativa de educação para o meio rural, sendo modelo de escola que já existe em muitos Estados brasileiros, inclusive Rondônia, e que tem dado certo até hoje.

A ideia de implantação da EFA Dom Antônio Possamai surgiu desde os anos 1990. Aos poucos a ideia foi amadurecendo, juntamente com as comunidades, quando aos 25 de março de 2005 foi realizada a primeira Assembleia Geral de fundação da Associação da Escola Família Agrícola de Jaru e Região (AEFAJAR). Conforme registrado, o objetivo maior era implantar no município de Jaru a EFA Dom Antônio Possamai. 

O encontro foi realizado no Centro Comunitário da Paróquia de São João Batista de Jaru, onde houve a presença de aproximadamente 50 lideranças rurais e representantes das comunidades dos municípios de Jaru, de Governador Jorge Teixeira e de Theobroma, além de representantes de associações rurais, de cooperativas e do representante da Associação das Escolas Família Agrícola de Rondônia (AEFARO), o senhor Geraldo Dias Valadão, entre outros.

Nesse encontro, foi criado e aprovado o estatuto da associação e realizada a eleição de 16 (dezesseis) pessoas para o Conselho Gestor da AEFAJAR, sendo eleito o seu presidente, senhor Ricardo Gomes Araújo.  Na oportunidade, o projeto de doação foi elaborado e articulado pelo então vereador eleito Juscimar Telek (PT), ex-presidente e militante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR). Em seguida, já durante a gestão da prefeita Sônia Cordeiro de Souza, também do Partido dos Trabalhadores, foi apresentado para a Prefeitura de Jaru, que fez a doação ao STTR. Após a criação da associação AEFAJAR, o STTR doou o terreno para a AEFAJAR, dentro dos termos legais. 

Surgiu assim, a necessidade de buscar verbas para iniciar a construção do prédio. Para tanto, contou-se com o apoio de várias Comunidades Eclesiais de Bases da Paróquia São João Batista de Jaru que articulou junto ao conselho paroquial uma ajuda para a contrapartida do primeiro convênio, bem como a ajuda dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Theobroma, Governador Jorge Teixeira e de Jaru. 

Com isso, através do convênio 018/2006, foi firmado o primeiro contrato para o início das obras dos primeiros prédios e outro convênio de nº 09/2007, onde chegou-se à segunda etapa das construções de outras partes da referida EFA, sendo concluídas duas salas de aula, um refeitório, cozinha, secretaria, sala de monitores, biblioteca e dois banheiros e uma casa para funcionários, ambos adquiridos através de emenda parlamentar do então deputado federal Anselmo de Jesus Abreu (PT), ressaltando que algumas  estruturas foram adaptadas para dar início as atividades escolares no ano de 2013 com 64 educandos. Em 2016, a EFA teve a primeira formatura com 35 técnicos aptos a atuarem em suas propriedades ou no próprio mercado local. 

A EFA Dom Antônio Possamai obteve o primeiro Parecer de Funcionamento conforme nº 1126/13/CEE/RO, em 28 de janeiro de 2013. Os alunos estudam durante o dia, e, à noite, dormem nas dependências da escola, em regime quinzenal de alternâncias: 15 (quinze) dias ficam na escola; 15 (quinze) dias em casa, realizando atividades teóricas e práticas. 

Nessa perspectiva, a EFADAP propõe-se a oferecer o Curso Técnico de Nível Médio em Agroecologia, contribuindo para a elevação da qualidade dos serviços prestados à sociedade, oferecendo aos jovens do meio rural a oportunidade de retornar à sua propriedade e transformá-la em um empreendimento rentável economicamente, além do desenvolvimento solidário do campo ampliando e fortalecendo parcerias formativas e financeiras necessárias ao desenvolvimento rural. O curso tem a duração de 03 (três) anos, em que no último ano de formação, tem como foco uma clientela mínima de 320 (trezentos e vinte) educandos, proporcionando aos jovens rurais de Jaru e região um ambiente educativo fundamentado nos princípios agroecológicos e de responsabilidade, liberdade, participação e cooperação, voltados para o bem comum, tendo presente, uma educação em que as famílias tornam-se protagonistas da própria formação numa relação de constante diálogo com a escola.

Fontes consultadas:
IPER-Amazônia (iper-amazonia.com.br)
Prosas | Empreendedor - ASSOCIAÇÃO ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE JARU

Prefeitos de Jaru: João Gonçalves

João Gonçalves prefeito de Jaru de 2017 a 2024 (Foto: Assessoria) João Gonçalves da Silva Junior nasceu em 19 de setembro de 1992, no municí...