Osvaldo Cordeiro de Farias em foto do Blog Fernando Machado |
Em 1917 ingressou na Escola Militar do
Realengo, sendo, dois anos depois, declarado oficial de artilharia.
Seria ainda promovido, em sua carreira militar, segundo-tenente (1920), primeiro-tenente (1921), capitão (1930), major (1931), tenente-coronel (1933), coronel (1939) e general-de-brigada (1942). Cordeiro de Farias fez curso de
observador aéreo na Escola de Aviação Militar, aperfeiçoamento de oficiais (1º
lugar) na Escola de Armas, cursou a Escola Superior de Guerra; e estagiou na
Escola do Estado Maior do Exército Americano.
Cordeiro de Farias participou das
conspirações que precederam a deflagração do levante armado de julho de 1922 contra o governo federal, que deu
início ao ciclo de revoltas tenentistas. Fazia curso de observador aéreo na
Escola de Aviação Militar e foi incumbido de fabricar bombas caseiras a serem
atiradas dos aviões. Apesar de não ter participado diretamente dos combates,
acabou sendo preso por três meses na Fortaleza São João no Rio de Janeiro. Em
seguida, no mesmo ano, foi transferido sucessivamente para Santa Maria, Rio Pardo e São Gabriel.
Em outubro de 1924, participou do levante tenentista
deflagrado em Uruguaiana,
liderado por Honório Lemes.
No mês seguinte, derrotado pelas forças de Flores da Cunha, recuou com 30 homens em
direção à fronteira com a Argentina,
onde acabou por se exilar. Lá conheceu outros tenentes revolucionários, João
Alberto e Antônio de
Siqueira Campos. Juntos se dirigem para o Rio de Janeiro, em seguida
descendo ao Rio Grande do Sul, onde se juntou aos demais contingentes rebeldes
do estado, reunidos sob a liderança de Luís Carlos
Prestes e Miguel Costa.
Os rebeldes gaúchos acabariam se
retirando para o estado do Paraná,
onde se juntaram aos remanescentes do levante deflagrado no mês de julho, em São Paulo. Da unificação
desses dois grupos nasceu a Coluna Prestes, exército
rebelde que, sob o comando do militar gaúcho que lhe deu o nome, promoveu, nos
dois anos seguintes, uma guerra de movimento pelo interior do país contra as
tropas fiéis ao governo federal. O movimento chegou a transpor as fronteiras do
Paraguai, após voltando a
adentrar o território brasileiro. Cordeiro de Farias teve atuação destacada na
Coluna, comandando um dos quatro destacamentos que a compunham.
Em fevereiro de 1927, já desgastados pela longa campanha e
sem perspectivas de vitória, os líderes da Coluna resolveram encerrar aquela
fase da luta e abandonaram o território brasileiro, internando-se na Bolívia. No ano seguinte,
Cordeiro retornou ao Brasil clandestinamente e deu prosseguimento às atividades
conspiratórias, tendo sido, então, preso. Por um erro da denúncia seu processo
não foi enviado à São Gabriel, onde havia servido, mas sim à Uruguaiana, onde lutou com
Honório Lemos, mas onde também não existia
nenhuma acusação contra ele. Foi, portanto, absolvido pelo então Supremo Tribunal
Militar. Regularizada sua situação, retornou ao Exército,
ingressando no curso de engenharia do Instituto
Geográfico Militar, sem deixar, contudo, de conspirar contra o
governo.
Em 1930, participou do movimento revolucionário
conhecida como Revolução Liberal, que depôs o presidente Washington Luís
e impediu a posse do novo presidente eleito, Júlio Prestes. Integrou,
nessa ocasião, o comando da insurreição em Minas Gerais. Com a
vitória do movimento e a posse do novo governo liderado por Getúlio Vargas, foi
lotado no gabinete do ministro da Guerra, general Leite de Castro. Em maio
de 1931, foi transferido para
São Paulo, assumindo a chefia
de polícia daquele estado. Permaneceu no cargo até junho do ano seguinte, um
mês antes da deflagração do movimento constitucionalista pelas forças políticas
tradicionais de São Paulo, que exigiam a reconstitucionalizaçào do país e a
recuperação da autonomia estadual, com o afastamento dos tenentes que vinham
exercendo influência na política paulista. Colaborou então no combate à
insurreição e, no ano seguinte, voltou a ocupar a chefia de polícia do estado.
No Estado Novo, foi, ainda, chefe do Estado-Maior
da 5ª Região Militar, sediada em Curitiba.
Em 1935, de volta ao Rio de Janeiro, deu
combate a Intentona
Comunista, levante militar deflagrado por elementos de esquerda
ligados à Aliança Nacional
Libertadora e liderado pelo antigo comandante de Cordeiro de Farias,
Prestes. Em 1937, foi
transferido para o Rio Grande do Sul,
onde assumiu a chefia do estado-maior da 3ª Região Militar, sediada em Porto Alegre, sob o
comando do general Manuel de
Cerqueira Daltro Filho. Participou, então, da campanha movida por
Vargas para afastar o governador José Antônio
Flores da Cunha, que acabou sendo substituído pelo comandante da 3ª
Região Militar. Após a morte de Daltro Filho, Vargas nomeou Cordeiro de Farias
como interventor federal no Rio Grande do Sul. Por estar no Rio de Janeiro, o cargo foi assumido
interinamente por dois meses por Joaquim Maurício
Cardoso, tendo Cordeiro de Farias assumido em 4 de março de 1938. Em sua administração, devido às
tensões da Segunda Guerra
Mundial, determinou que todas as escolas alemãs do estado se
nacionalizassem.
Em 1942, chegou ao generalato. Em setembro do
ano seguinte, deixou a interventoria gaúcha para integrar-se na Força
Expedicionária Brasileira (FEB). Em setembro de 1944, viajou para a Itália, onde participou
das principais batalhas em que a FEB esteve envolvida na Segunda Guerra
Mundial.
A volta ao Brasil ocorreu em 1945, seguida de novas articulações
políticas. Seu nome chegou, então, a ser cogitado como candidato a presidente
da República. Em outubro daquele ano, participou do golpe militar que afastou
Vargas do poder e extinguiu o Estado Novo. Participou do Governo do presidente Eurico Gaspar Dutra,
como adido militar à Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Em 1949, foi nomeado comandante da recém-criada
Escola Superior de
Guerra (ESG). Em maio de 1950,
foi derrotado nas eleições para a diretoria do Clube Militar, em disputa
marcada por forte conteúdo ideológico. Cordeiro representava a corrente que
defendia a participação do capital estrangeiro na exploração do petróleo brasileiro,
enquanto que a chapa vitoriosa, liderada por Newton Estillac
Leal, representava os setores nacionalistas das Forças Armadas.
Deixou a ESG em agosto de 1952 para assumir o comando da Zona
Militar Norte, sediada em Recife.
Em 1954, foi apresentado como
candidato de consenso ao Governo de Pernambuco, na coligação
que envolvia PSD, PDC e PL. Fez um governo voltado para a assistência
ao Sertão, para a construção
de açudes e estradas. Ocupou o cargo entre 1955 e 1958, renunciando ao mandato um mês antes
de sua conclusão para assumir a presidência da Comissão Mista Brasil-Estados
Unidos, que exerceu durante dois anos.
Em 1961, foi nomeado chefe do Estado-Maior
das Forças Armadas (EMFA) pelo presidente Jânio Quadros. Com a
renúncia de Jânio, envolveu-se na conspiração que visava impedir aposse do
vice-presidente, João Goulart,
então em viagem à China.
Jango tomou posse devido ao apoio da população e a Campanha da
Legalidade, comandada em Porto Alegre por Leonel Brizola. Na
ocasião, foi nomeado comandante do III Exército pelo Ministro da Guerra, Odílio Denys, em
substituição ao General José Machado Lopes,
que havia aderido à causa legalista. Não chegou a assumir este cargo.
Marechal Cordeiro de Farias participou,
ativamente, do golpe militar
que, em 1964, depôs o presidente
João Goulart. Novamente foi cogitado para presidente, o que não se concretizou
uma vez que era considerado “político demais” por alguns setores do exército.
No Governo de Castelo Branco, assumiu o Ministério
Extraordinário para a Coordenação dos Organismos Regionais, depois transformado
em Ministério do Interior. Desempenhou essa função até junho de 1966, quando se retirou da vida pública.
Assumiu, então, a direção executiva do grupo empresarial pernambucano João
Santos.
Possuía inúmeras condecorações
nacionais e internacionais, entre elas a Cruz de Guerra com Palma (França), a Legião de Honra
(França), a Grande Oficial Ordem da Coroa (Itália), a Grã-Cruz da
Ordem Militar de Avis (Portugal),
Legião de Mérito (EUA),
Grande Oficial da Ordem Nacional do Mérito Militar, no Mérito Naval, e do
Mérito Aeronáutico (Brasil).
A Escola Marechal Cordeiro
Primeiro e o último prédio da escola Marechal Cordeiro quando a instituição funcionava no km 08 da Linha 619 (Foto: Lourival Silva) |
Frente da escola Marechal Cordeiro no dia da inauguração de suas instalações em março de 2012 (Foto: Elias Gonçalves) |
A criação da escola aconteceu após várias reuniões
com os pais da localidade que lutavam para garantir o acesso de seus filhos à
educação. Depois de alguns desses encontros realizados entre as famílias que residiam
na linha, a comunidade decidiu que deveria ser feito um requerimento ao
administrador do então distrito de Jaru para que a construção de um
estabelecimento de ensino pudesse se tornar realidade.
O Decreto de Criação da escola é o de n.º 1231 de
14 de abril de 1981. Logo após a escola ser criada de forma oficial, os pais
solicitaram que a professora Nilza Clara Moret lecionasse na escola, tendo em
vista que a mesma já possuía o curso de Magistério.
Em 1999 foi construído um pavilhão com três salas
de aula e uma pequena repartição onde funcionava a cozinha. A construção serviu
para atender aos alunos de 5.ª a 8.ª Séries da localidade e alunos oriundos de
outras escolas. Nessa época, a instituição possuía sessenta alunos do Projeto
Parecis, que funcionava todas as terças-feiras quando os demais alunos eram
dispensados e com isso precisavam ter horas a mais de aulas para compensar essa
lacuna.
O Projeto Parecis permaneceu na Escola Marechal
Cordeiro até o ano de 2005. Nesse ano, a escola recebeu mais quatro salas e uma
cozinha, totalizando assim nove salas de aula. No ano de
Placa com emblema oficial da escola (Fonte: Elias Gonçalves) |
Em 30 de março de 2012, com a construção de suas
novas instalações a poucos metros da BR-364 na própria Linha 619, a escola
Marechal Cordeiro de Farias entrou em uma nova etapa de sua história. A inauguração da obra foi um marco na gestão
do prefeito Jean Carlos dos Santos e à época a instituição se tornou um dos
estabelecimentos de ensino municipais com a melhor estrutura física. A
inauguração foi marcada por um grande evento com a participação de autoridades
políticas, religiosas, além da comunidade escolar. A construção da escola no novo local só foi
possível graças à doação do terreno pelo primeiro prefeito eleito de Jaru,
Leomar José Baratella.
Em 2024, a escola atende a alunos dos ensinos
infantil e fundamental sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de
Educação (Semed) de Jaru. A última etapa da
educação básica também possui atendimento educacional, mas é de responsabilidade
do Governo de Rondônia. Os alunos são matriculados na escola estadual Plácido
de Castro e cursam o Ensino Médio com Mediação Tecnológica na escola Marechal
Cordeiro, assim como ocorre com os estudantes da escola JK, localizada à Linha
617.
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