terça-feira, 22 de novembro de 2011

Escolas de Jaru: CTPM XIII

Frente da escola CTPM XIII em registro feito no dia
24 de janeiro de 2024 (Foto: Elias Gonçalves)
Texto atualizado em 
24 de janeiro de 2024

O Colégio Tiradentes da Polícia Militar (CTPM XIII) foi criado pelo Decreto nº 24802, de 17 de fevereiro de 2020. Porém antes disso, o estabelecimento de ensino se chamava Raimundo Cantanhêde e fora criado pelo Decreto nº 1025, de 11 de abril de 1982. A escola criada no início da década de 1980 começou a funcionar com duas salas de aula e em seguida foi construída uma terceira sala para atender a demanda que existia à época. A primeira diretora da escola Raimundo Cantanhêde foi a professora Ozenir Rodrigues, considerada por muitos como um exemplo a ser seguido.

Conheça a história de Raimundo Cantanhêde, o pioneiro que foi o primeiro nome da escola: 
Raimundo Cantanhêde foi um dos pioneiros de Jaru
(Foto: Acervo da Família)
Descendente do clã dos “Cantanhêdes”, Raimundo Lima Cantanhêde é filho de Ricardo Cantanhêde e Amândola Cantanhêde. Ele nasceu em 11 de abril de 1921 em Humaitá (AM), local onde viveu o período de infância. A fase de adolescência foi vivida em Belém (PA), Fortaleza (CE) e em Porto Velho, na época do antigo Território Federal do Guaporé, onde trabalhou e construiu família até a sua morte com quase 60 anos ocorrida no dia 20 de fevereiro de 1981.
Cerca de quarenta e cinco anos da vida de Raimundo Cantanhêde foram dedicados ao fomento da produção do látex no Seringal Setenta, Rio Pardo, São Salvador, Ubirajara, Pirapora, dentre outros. Alguns desses lugares como o Seringal Setenta, localizado entre os municípios de Jaru e Ariquemes, são conhecidos da população até hoje, mas poucos sabem da importância dos “Cantanhêdes” no ato de desbravar os respectivos locais. Em se tratando de Seringal Setenta, Raimundo Cantanhêde teve ótimas recordações. Foi nesse local que ele conhecera a futura esposa, Nair Ribeiro Cantanhêde, com que teve doze filhos e os criou com muito carinho e amor, dando-lhes a devida educação para torná-los cidadãos íntegros perante a sociedade.
Parentes de Raimundo Cantanhêde relatam que ele era homem de poucas palavras e muita ação visionária e futurista. Tinha sempre à mão ideias e soluções viáveis para problemas considerados difíceis. “Seu Raimundinho”, assim ele era popularmente reconhecido e chamado, inclusive por estranhos, demonstrando um alto grau de simpatia por todos os que estavam à sua volta.
Durante o tempo em que ficou recluso em um barracão no Seringal Setenta, Raimundo Cantanhêde levou uma vida difícil, porém jamais pensou em desistir de seus ideais e comandou centenas de “colocações” no local. As chamadas “colocações” eram instalações demarcadas aos seringueiros para desenvolverem as suas produções. Em uma linguagem atual seria literalmente um lote, porém com poucos recursos. Desprovido de tecnologias da comunicação, mas com experiência e boa vontade, “Seu Raimundinho”, sabiamente tinha o controle de tudo. Era alegre, sorridente e dono de uma genuína personalidade de um homem feliz.
Raimundo Cantanhêde viveu, sofreu, amou, partiu... Mas não, sem antes deixar de ser útil à sociedade da qual fez parte. Segundo familiares, se alguém relatar algo a seu respeito, haverá sempre uma versão elogiosa em virtude das atitudes dele em vida.
Quem conheceu Raimundo Cantanhêde não tem dúvidas de que conhecera a bondade, a honestidade, a sinceridade e acima de tudo um singular homem que agia com nobreza e magnitude. “Ele possuía a receita mais singela de um viver: era justo, ético e solidário”, relata Maria Graciana Ribeiro Cantanhêde em tom de felicidade por ter um pai que muito contribuiu para o desenvolvimento de várias localidades do espaço hoje conhecido como Estado de Rondônia.
A importância de Raimundo Cantanhêde foi tamanha. Além de uma escola com o nome dele durante muitos anos (veja abaixo), existe uma rua na área central do município de Jaru, com vários órgãos importantes, sendo dentre eles: Delegacia de Polícia Civil, Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Ministério Público, Prefeitura de Jaru, Câmara Municipal e o Tribunal de Justiça.

A Escola Raimundo Cantanhêde

A Escola Raimundo Cantanhêde esteve situada às margens esquerda BR 364 no sentido Jaru – Ariquemes. A instituição começou a funcionar em 1982 como escola rural contando com 90 alunos. Em 1983, urbanizou-se com o Decreto de Criação 1025 datado em 11 de abril daquele ano. O estabelecimento de ensino começou a funcionar com duas salas de aula e em seguida foi construída uma terceira sala para atender a demanda que existia à época. A primeira diretora da escola foi a professora Ozenir Rodrigues, considerada por muitos como um exemplo a ser seguido.
Durante o ano de 1984 a instituição foi contemplada com uma nova ampliação, dessa vez para dez salas de aula em virtude da grande quantidade de alunos que precisava realizar seus estudos. Nesse período, o estabelecimento de ensino funciona em dois turnos para possibilitar um atendimento educacional adequado para todos os alunos.
Durante o tempo que assim foi denominada, a Escola Raimundo Cantanhêde cresceu juntamente com o bairro a qual pertence. Ao longo dos anos a instituição recebeu inúmeras melhorias do Governo do Estado, o órgão mantenedor da instituição. O estabelecimento sempre contou com um corpo docente, servidores de apoio e direção totalmente sintonizados com a aprendizagem de dezenas de alunos que diariamente frequentaram a escola.
Em 17 de fevereiro de 2020, por meio do Decreto estadual nº 24802, a escola Raimundo Cantanhêde muda de nome e passa a se chamar Colégio Tiradentes da Polícia Militar (CTPM XIII). 

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