quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Escolas de Jaru: Cooped

Prédio da Cooped em 26 de janeiro de 2006
 (Foto: Elias Gonçalves)
A Cooperativa de Profissionais em Educação – Cooped – iniciou as suas atividades pedagógicas no município de Jaru no ano de 2004. Em seu sistema de ensino, a instituição atende a alunos do Maternal II ao ensino médio, além de oferecer cursos de pré-vestibular e aulas preparatórias para concursos públicos.

Durante os primeiros anos de existência, a escola Cooped atendeu a sua clientela em um prédio localizado à Rua Florianópolis, esquina com a Tiradentes, no mesmo local onde, por muito tempo, funcionou o Colégio Visão.  Entretanto, para atender a sua demanda de forma plena, foi necessário se mudar no ano de 2011 para outra localidade, passando a ser situada à Rua Ceará, esquina com a Avenida Rio de Janeiro, no Setor 03, no mesmo prédio em que abrigou as antigas escolas Fofolândia e Colégio Abílio Blanco, o lendário C-A-B.

Conforme preconiza seus ideais, o estabelecimento de ensino tem como visão um processo de ensino-aprendizagem pautado na independência do aluno tendo como base a metodologia ativa utilizada no Sistema Positivo de Ensino, o material utilizado na instituição. A Cooped entende que é de suma importância para a comunidade jaruense, tendo em vista que atende sua clientela com uma educação diferenciada por meio de uma metodologia ampla e suportes específicos para a necessidade de cada discente.

Prédio da Cooped em 15 de setembro de 2024
(Foto: Elias Gonçalves)

Anualmente a escola desenvolve vários projetos educacionais. Entre as ações pedagógicas destacam-se: Feira das Profissões (trabalha o espírito empreendedor dos alunos); Semana Solidária (busca aguçar em cada discente a solidariedade); Projeto Grilo Falante (visa instigar a leitura) e Prepara Enem (como o próprio nome sugere, tem como foco preparar a classe estudantil para o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem).

Além das disciplinas convencionais, a Cooperativa dos Profissionais em Educação oferece uma grade diferenciada em relação à escola pública. A unidade escolar conta com quatro escolinhas de esporte que oferecem futsal, futebol de campo, voleibol e handebol que, no ano de 2024, atende aproximadamente 300 atletas. A escola é uma das referências no município quando o assunto é a classificação de estudantes em bolsas de estudo em nível superior.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

História de Jaru: Símbolos Municipais

Ouça o hino de Jaru enquanto você conhece a história dos símbolos municipais

A criação dos símbolos representativos do município de Jaru (Brasão e Hino) ocorreu através de um concurso realizado pela Prefeitura no período compreendido entre 27 de junho e 30 de agosto de 1985. O edital, datado de 27 de junho daquele ano, definiu que a premiação seria de Dois Milhões de Cruzeiros em cada modalidade. A Comissão Organizadora foi presidida por Sara Xavier dos Santos, sendo auxiliada pelos seguintes membros: Ilso Gomes Montin, Nathan Monte Raso Barbosa, Rosicler Meneguetti e Custódio Ferreira Filho.

À época do concurso, a Comissão Organizadora recebeu a inscrição de 42 brasões e 14 hinos. Em seguida, foi organizada uma exposição nas instalações da Câmara Municipal, facultando aos moradores a opção de prestigiar os trabalhos produzidos. A escolha do Brasão e do Hino de Jaru ocorreu em outubro de 1985 e os vencedores foram: Antônio Cândido da Silva (Hino) e Djalma Rodrigues Maimone (Brasão). A melodia do hino foi composta por Ednaldo da Silva Santos, 3º sargento e músico da 17ª Brigada de Infantaria de Selva.

Os símbolos municipais de Jaru foram instituídos pelo Projeto de Lei nº 035/85, de 24 de outubro de 1985. A apresentação aos munícipes ocorreu em 04 de novembro do mesmo ano.

Brasão

Djalma Maiome, o criador do Brasão de Jaru  
(Foto: Acervo da Família)        


O desenho definido pela comissão organizadora para ser o Brasão de Jaru apresentava traços semelhantes aos da Bandeira escolhida. A estrela e os ramos de café e cacau também estão presentes, mas o desenho produzido pelo autor Djalma Rodrigues Maimone apresenta outros elementos que fazem parte da riqueza histórica local. 

O Brasão oficial de Jaru foi definido em 1985

(Fonte: Câmara Municipal de Jaru) 







Ao fundo há uma luz sob a forma de raios deslumbrantes que provém da estrela central do Brasão.  A parte central apresenta o contorno da cabeça de um indígena, último habitante antes da chegada do chamado homem branco. Dentro da cabeça do indígena existe a estrela amarela no centro (representando o sol e o ouro). Mais abaixo, a BR 364, a ponte, o Rio Jaru e uma planta de seringueira em cada lado da margem do rio representando mais uma riqueza jaruense. Nas bordas do Brasão existem os ramos de café e cacau, símbolos da produção local. Logo abaixo, a data da lei que criou o município e ao centro, no sentido vertical, a espada de ouro representando a força, a garra, a determinação e a vontade de vencer da população local.

Bandeira 

Professor Laércio Dias em foto de 2020
(Foto: Divulgação)
O vencedor do concurso que definiu a bandeira de Jaru foi o professor Laércio Dias, primeiro diretor da escola estadual Capitão Silvio de Farias. O desenho escolhido para representar o município apresentava um escudo colocado sobre a Bandeira de Rondônia, uma vez que Jaru é um dos municípios do Estado e também por lembrar o destino de grandeza e nobreza. A estrela simboliza Jaru, brilhando no céu de Rondônia e se destacando entre as demais cidades do Estado. 

Os galhos de café e cacau contidos na bandeira de Jaru simbolizam as riquezas locais à época da realização do concurso, uma vez que o município se sobrepunha a muitos outros, sendo um dos maiores produtores de café e cacau em Rondônia. As cores da bandeira representam um propósito bem definido: azul (a abundância das águas e a beleza do céu); verde (riqueza vegetal: florestas e seringais); amarelo (riquezas minerais); branco (a vocação pacífica do jaruense, um povo que deseja paz para poder produzir mais e melhor). Também revela, segundo descreve o próprio autor, a pureza de propósitos e a firmeza de caráter de uma população que continua na luta e não desanima, ou seja, segue firme em seu objetivo de progresso.

Bandeira (original) de Jaru (Fonte: Câmara Municipal)

A Bandeira do município de Jaru foi criada durante a gestão do Prefeito, em cargo de comissão, Raimundo Nonato da Silva (1981-1983). Uma reportagem publicada na edição nº 14.182 do jornal Alto Madeira com data de 05 e 06 de dezembro de 1982, narrou a realização da solenidade de hasteamento em frente ao então prédio da prefeitura. Conforme informado pela publicação, a cerimônia ocorreu na manhã do dia 26 de novembro de 1982.

          

Em princípio foi lida a descrição da Bandeira; explicados os seus significados em seguida foi  hasteada pelo Professor Laercio Dias, autor do desenho que ganhou o concurso para a escolha da Bandeira do Município. O pavilhão foi escolhido através de concurso que se realizou em 07 de setembro deste ano [1982], porém, somente em 26 de novembro ela foi hasteada pela primeira vez.

(ALTO MADEIRA, 05-06 de dezembro de 1982). Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=060160&pagfis=33047>. Acesso em: 01. Nov. 2021. 


As bandeiras municipais são inspiradas nas estaduais e, essas, por sua vez, na Bandeira nacional. Porém, o significado hoje atribuído às cores da bandeira, não foi assim em sua concepção original.

Em relação à Bandeira do Brasil é importante considerar que:

 

O retângulo verde, que passou a representar nossa natureza, antes remetia à Casa de Bragança (a família de dom Pedro I). O amarelo, hoje símbolo da riqueza mineral do país, era a cor da Casa de Lorena (da arquiduquesa dona Leopoldina, esposa de dom Pedro I). E o círculo azul era a esfera armilar, também presente na bandeira portuguesa do Império. Agora, indica nosso céu estrelado.

(SUPERINTERESSANTE, setembro de 2016).  

Hino 

Antônio Cândido da Silva, compositor do hino de Jaru (Foto: Roni Carvalho)

Ao compor o hino de Jaru, Antônio Cândido da Silva considerou três fases distintas da história local: o indígena, o seringueiro e o migrante, com seus costumes e sociabilidades diferentes. Na primeira estrofe, o seringueiro é o elemento principal pela maneira, como sua presença, seu trabalho e determinação, conquistaram para a posteridade brasileira a região amazônica, especificamente Jaru. A sua história está inserida no município pela maneira sutil como soube conquistar e conviver com a floresta, suas lendas, perigos e desafios.

 A segunda estrofe destaca os Jarus, povos nativos habitantes do lugar, cuja história, cultura e costumes levaram Cândido Mariano da Silva Rondon a dar ao rio o nome de uma das mais nobres tribos que habitavam a região. A estrofe destaca também a atuação de Rondon que, na função de estrategista dos sertões, ligou seu nome à região ao instalar na área mais uma de suas muitas estações telegráficas. A seguir, a letra do hino enfoca a importância do migrante, que descobre na terra a vocação do progresso. O estribilho (refrão) é reservado ao lavrador, o homem simples do campo, que traz no sangue o destino da terra.

A solenidade de apresentação dos símbolos municipais foi realizada pelo prefeito da época, Leomar José Baratella em 04 de novembro de 1985 na data em que o município comemorou o quarto aniversário, embora a data correta seja 16 de junho. O evento contou com uma expressiva participação popular, representantes do governador Ângelo Angelim, secretários municipais e os vencedores do concurso, que receberam das mãos do prefeito Baratella o prêmio divulgado pelo certame.

A escolha do hino representou um importante marco na construção da identidade de Jaru. Contudo, poucas pessoas tomaram conhecimento da letra e da música, principalmente, por não haver uma gravação profissional durante muitos anos.  Porém, em 2009, devido ao empenho da administração municipal, em conjunto com a professora Ciderli Santana Souza e membros da Secretaria Municipal de Esporte Cultura e Lazer (SEMCEL), o hino de Jaru foi oficialmente gravado com uma nova roupagem, mas preservando a sua originalidade. A gravação foi feita com a participação de Indianara Cazuza, Anildo da Costa e Walison Huan Castro.

A letra original do hino de Jaru é:


Forjado na bravura do herói
Que com denodo a selva conquistou
Na saga dos imensos seringais
Que o sonho de riqueza acalentou
Da epopeia simples dos jarus
Na grandeza do rio eternizado
Que o gesto de justiça de Rondon
Há de fazê-lo, sempre lembrado.


Jaru tem o destino que o migrante quis
Vendo da terra brotar o fruto
Do trabalho de um povo feliz

Fazendo no trabalho o seu destino
Um novo herói constrói neste sertão,
Na crença de quem sabe da riqueza
A vicejar da força deste chão.
De um projeto, um dia implantado,
Nesta terra de esperanças mil,
Nasceu Jaru, celeiro de Rondônia
Com o homem forte deste Brasil.

Fonte:

PEREIRA, Elias Gonçalves. A Biografia dos Distritos de Jaru. Cacoal: Priint Impressões Inteligentes, 2022 (pp. 191-199). 

sábado, 29 de junho de 2024

Escolas de Jaru: Instituto Federal de Rondônia - IFRO

Professor Sérgio, servidor do IFRO, discursando em Jaru no dia 21 de maio de 2012 durante
a aula inaugural do Polo Avançado do IFRO em Jaru (Foto: Elias Gonçalves)













A história do IFRO – Instituto Federal de Rondônia – em Jaru começou no ano de 2012 com a criação de um Polo Avançado em parceria com a Prefeitura de Jaru, onde eram oferecidos diversos cursos à distância nas áreas de Informática, Finanças e Agente Comunitário de Saúde. O passo seguinte foi pensar em um local em que a instituição pudesse funcionar de forma estruturada e com isso o município pudesse contar com o primeiro estabelecimento de ensino federal.

 Em 02 de dezembro de 2014, a Prefeitura de Jaru, durante a gestão da prefeita Sônia Cordeiro, mediante a aprovação da Câmara Municipal, sancionou a Lei nº 1974/GP/2014, onde o Executivo Municipal estava autorizado a doar ao IFRO um imóvel, onde, à época, funcionava a secretaria municipal de Obras e Meio Ambiente. O terreno era no mesmo lugar em que décadas passadas acontecia as festividades da Exposição Agropecuária de Jaru, a Expoaja.

O terreno doado conta com 49 mil m², tamanho suficiente para que o futuro campus do Instituto Federal de Rondônia tivesse plenas condições de se instalar e construir suas dependências de forma que pudesse atender à classe discente no mesmo padrão de outras localidades do Estado onde o IFRO se faz presente. Após os trâmites necessários no que se refere ao processo de doação, houve uma grande união da classe política para que o município pudesse contar de fato com uma instituição federal de grande porte.

Um dos políticos entusiastas do projeto, o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) colocou emendas federais com valores até então jamais vistos para Jaru. Com isso, as emendas liberadas por meio do parlamentar custearam boa parte das despesas que eram necessárias para colocar em prática as atividades projetadas pela instituição.´

Prédio do IFRO em 28 de outubro de 2024 
(Foto: Elias Gonçalves)

As aulas presenciais no IFRO em Jaru tiveram início em fevereiro de 2017 com os seguintes cursos: Técnico em Segurança do Trabalho (concomitante e subsequente ao ensino médio), Técnico em Comércio (concomitante ao ensino médio), além de Técnico em Finanças e Técnico em Cooperativismo. A inauguração da primeira etapa das instalações ocorreu em maio de 2017, com a presença do então Ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho e possibilitou que o então Campus Avançado se transformasse em Campus Jaru, garantindo assim um grande progresso na instituição no que tange não apenas à sua estrutura física, mas ao apoio logístico do governo federal com equipamentos, bem como no quantitativo de servidores.

Jaru e Região estão em um local onde a produção rural se destaca em vários sentidos. Pensando em oportunizar aos munícipes uma formação onde há público para se atuar, o Instituto Federal de Rondônia lançou com grande sucesso em outubro de 2018 o Edital para o processo de seleção dos acadêmicos de Medicina Veterinária, cuja duração é de cinco anos. As aulas da primeira turma foram iniciadas no primeiro semestre de 2019 e representaram um marco na história contemporânea local, sendo o primeiro curso superior presencial oferecido gratuitamente à população.

Em março de 2023, a Prefeitura de Jaru anunciou a aquisição de um lote rural para a implantação de uma fazenda experimental destinada às atividades dos cursos Medicina Veterinária e Zootecnia. Com isso, o campus do IFRO Jaru terá plenas condições de possibilitar à classe discente aulas mais dinâmicas e diversificadas, visando, dessa maneira, formar alunos e acadêmicos devidamente capacitados para desenvolver as suas habilidades de forma mais eficiente.

Outro projeto que marca a história do campus IFRO Jaru é a “Escola do Chocolate”. Conforme afirma a instituição,  “o projeto surge a partir de parcerias institucionais firmadas inicialmente entre o Campus Jaru e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RO), no ano de 2021, para o desenvolvimento de ações em prol do Projeto Cacau Sustentável de Rondônia, que é coordenado pela gerência local do Sebrae em Jaru e conta com outros parceiros como: Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), entre outros parceiros”.

Ainda sobre o assunto, conforma declara o IFRO, um dos grandes focos do projeto Escola do Chocolate “é valorizar e impulsionar a agricultura familiar, oportunizando novas formas de renda e a venda de produtos de maior qualidade. Para isso, em 2023 foram direcionados 5 milhões de reais via emenda parlamentar do Senador Confúcio Moura. Para 2024, estão programados mais 5 milhões para continuidade e expansão do projeto, também via emenda do senador. “Ainda existe o planejamento de liberação por parte do senador de um valor aproximado de 10 milhões, em um prazo de três anos, para que se chegue a 2.100.000 (dois milhões e cem) mudas doadas aos produtores rurais (cacauicultores) do estado de Rondônia”.

Em 2024, o campus do IFRO em Jaru oferece os seguintes cursos: Técnico em Agronegócio (subsequente ao ensino médio), Técnico em Alimentos (integrado ao ensino médio), Técnico em Comércio (integrado e subsequente), Zootecnia (nível médio), Técnico em Segurança do Trabalho (subsequente), além de Bacharelado (nível superior) em Medicina Veterinária, Tecnologia em Gestão Pública (EaD) e em Gestão Comercial (EaD).

 Referências:

INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA. Campus Avançado Jaru inicia atividades em sede própria. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/2171-campus-avancado-jaru-inicia-atividades-em-sede-propria>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

________________________. Campus Jaru realiza lançamento de curso técnico em zootecnia. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/11468-campus-jaru-realiza-lancamento-de-curso-tecnico-em-zootecnia>. Acesso em: 28. Jun. 2024.

___________________________. Conheça o Projeto Escola do Chocolate desenvolvido pelo IFRO Campus Jaru. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/14755-do-cultivo-ao-processamento-do-cacau-conheca-o-projeto-escola-do-chocolate-desenvolvido-pelo-ifro-campus-jaru>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

________________________. Curso Técnico em Zootecnia do Campus Jaru contribuirá com o desenvolvimento regional. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/11481-curso-tecnico-em-zootecnia-do-campus-jaru-contribuira-com-desenvolvimento-regional>. Acesso em: 28 Jun. 2024.

_______________________________. Cursos Jaru. Disponível em: <https://portal.ifro.edu.br/jaru/cursos>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

______________________________. Ministro da Educação inaugura primeira etapa da unidade do IFRO em Jaru. Disponível em: https://portal.ifro.edu.br/ultimas-noticias/2709-ministro-da-educacao-inaugura-primeira-etada-da-unidade-do-ifro-em-jaru>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

JARU ONLINE. Ministro da Educação em Jaru lança obra de Clínica Veterinária do IFRO com recursos do deputado Lúcio Mosquini. Disponível em: https://jaruonline.com.br/ministro-da-educacao-em-jaru-lanca-obra-da-clinica-veterinaria-do-ifro-com-recursos-do-deputado-federal-lucio-mosquini/>. Acesso em 14. Jun. 2024.

___________________________. Realidade! Processo seletivo para curso de Medicina Veterinária no IFRO Jaru está aberto. Disponível em: <https://jaruonline.com.br/realidade-processo-seletivo-para-curso-de-medicina-veterinaria-no-ifro-jaru-esta-aberto/>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

___________________________. Jaru: Construção da Clínica Veterinária do IFRO segue em ritmo acelerado. Disponível em: <https://jaruonline.com.br/jaru-construcao-da-clinica-veterinaria-do-ifro-segue-em-ritmo-acelerado/>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

NEWS RONDÔNIA. Prefeito de Jaru anuncia aquisição de um lote rural para a implantação da fazenda experimental do IFRO. Disponível em: <https://newsrondonia.com.br/noticias/2023/03/13/prefeito-de-jaru-anuncia-a-aquisicao-de-um-lote-rural-para-a-implantacao-da-fazenda-experimental-do-ifro/>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

PREFEITURA DE JARU. Lei nº 1974/GP/2014. Disponível em: <https://transparencia.jaru.ro.gov.br/transparencia/aplicacoes/publicacao/download.php?id_doc=002078&extencao=PDF>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

RONDONIAGORA. IFRO de Jaru poderá sair do papel, garante deputado Lúcio Mosquini. Disponível em: <https://www.rondoniagora.com/geral/ifro-de-jaru-podera-sair-do-papel-garante-deputado-lucio-mosquini>. Acesso em: 13. Jun. 2024.

TUDO RONDÔNIA. Jaru terá hospital veterinário público do IFRO com recursos do deputado Mosquini. Disponível em: <https://www.tudorondonia.com/noticias/jaru-tera-hospital-veterinario-publico-do-ifro-com-recursos-do-deputado-mosquini,55331.shtml>. Acesso em: 18. Jun. 2024.

Escolas de Jaru: Escola Adventista

Frente da escola Adventista de Jaru em 29 de junho de 2024 (Foto: Elias Gonçalves)


 A história da Escola Adventista em Jaru começou no ano 2000 com a participação de diversas pessoas que foram decisivas na implantação da instituição no município. Israel da Silva Mariano, Sérgio Lafuente e Liberato, além da professora Viviane Oliveira de Araújo – que, em 2024, trabalha na escola desde a fundação – estão entre as pessoas que influenciaram para que se tornasse realidade a presença do estabelecimento de ensino na cidade.

Frente da escola Adventista em 13 de abril de 2013
Foto: Elias Gonçalves

Entretanto, o funcionamento da escola no endereço onde a mesma está localizada – Rua Plácido de Castro, esquina com a Paraná – teve também a participação decisiva de Daniel da Silva Graça, então vereador pelo PDT, eleito em 1996 com 321 votos. À época da implantação, no ano 2000, Daniel da Graça foi um dos mentores do projeto que culminou com a doação de parte do terreno que antes pertencia à escola Plácido de Castro para a implantação da escola Adventista. O então parlamentar fez uma indicação ao Executivo Municipal que providenciou os trâmites necessários junto ao Governo do Estado. Vale ressaltar que antes de funcionar no local citado, a instituição chegou a realizar algumas atividades em um prédio localizado à Avenida Tiradentes (próximo à Dom Pedro I), mas foi por pouco tempo.

Parte interna do terreno onde a escola foi construída antes
de concluir as instalações (Foto: Arquivo Escola Adventista)

A escola Adventista de Jaru atende ao ensino infantil (Creche e Pré-Escolar I e II) e aos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Sua fundação ocorreu no ano 2000 e o reconhecimento como estabelecimento educacional foi concretizado dois anos depois.  O padrão de ensino é reconhecido por sua excelência, sendo fundamentado em princípios bíblicos-cristãos. Conforme consta em sua didática, o estabelecimento de ensino enfatiza o processo educativo de forma integral e incentiva a interação entre a teoria e a prática, o pensar e o fazer, a razão e a emoção, o individual e o coletivo, a causa e o efeito, além de entender que tanto os educadores como os educandos podem ensinar e aprender.

Foto antiga que registra uma turma na
frente da escola (Foto: Arquivo Escola Adventista)

Presente em mais de 165 países, a instituição é representada por 8.539 instituições da educação infantil ao ensino superior, com aproximadamente 107 mil professores comprometidos na formação de aproximadamente dois milhões de alunos. Dentre estes países, está o Brasil, que tem aproximadamente 512 unidades, com 225 mil alunos em todas as regiões do Brasil. 

Em Rondônia, a escola Adventista conta, no ano de 2024, com 08 unidades em sete municípios, sendo: 01 em Vilhena, 02 em Ji-Paraná, 01 em Ouro Preto do Oeste, 01 em Ariquemes, 01 em Mirante da Serra, 01 em Porto Velho e 01 em Jaru.

A primeira escola da Igreja Adventista do 7º Dia (IASD) foi organizada em 1872, em Battle Creek, Michigan (Estados Unidos) e foi denominada como Battle Creek College – Colégio de Battle Creek, em tradução livre. A fundação aconteceu graças ao empenho dos pioneiros da igreja Adventista, ou seja, a escola não tem um dono, mas uma organização. John e Augusta Boehm foram os primeiros pioneiros da instituição, que desde o século XIX vem contribuindo com a formação de inúmeros alunos e também professores já que atua em diversas áreas do campo educacional.

A jornada construída pela igreja Adventista, que inclui a implantação de milhares de escolas pelo mundo afora, se transformou em uma produção cinematográfica que recebeu o nome “Como Tudo Começou”. Confira o filme abaixo: 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Escolas de Jaru: EFA Dom Antônio Possamai

Dom Antônio Possamai
(Foto: www.iper-amazônia.com.br)

      Escola Família Agrícola Dom Antônio Posssamai tem  esse nome em homenagem a Antônio Possamai (1929-2018), bispo católico que, em vida, teve uma vasta folha de serviços religiosos prestados na Região Amazônica. 
     Antônio Possamai nasceu em Ascurra (SC) no dia 05 de abril de 1929. Informações contidas na biografia do religioso apontam que ele chegou em Ji-Paraná como Bispo Diocesano em 1983. Com sua chegada ao solo ji-paranaense, o local, que era apenas uma Prelazia, se transforma em Diocese e se expande de forma elevada.

Possamai chegou à região movido por vários desafios. Além de acolher o grande número de pessoas que vinham para Rondônia na década de 1980, era preciso seguir à risca sus convicções religiosas e dar uma atenção especial aos mais pobres, bem como aos povos indígenas que sofriam com a grilagem de terras provocadas pelo processo expansional da época.

Embora tenha enfrentado dezenas de desafios, o trabalho feito pelo seu antecessor em Ji-Paraná – o também Bispo Dom José Martins da Silva – foi de grande valia para o que Antônio Possamai gostaria de colocar em prática. Registros indicam que o religioso acompanhou o nascimento e o fortalecimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), Grupos de Reflexão e, claro, as Pastorais da igreja Católica na região. Informações apontam que o trabalho desenvolvido nas localidades que pertencem à Diocese de Ji-Paraná teve muitos frutos e participantes das PJ’s, como são chamadas as Pastorais da Juventude, acabaram assumindo cargos em sindicatos e outros movimentos sociais que lutam por melhorias para os menos favorecidos.

Em 1983, ainda no primeiro ano de sua chegada em Ji-Paraná, Dom Antônio Possamai foi o responsável por idealizar o Projeto Padre Ezequiel Ramim, cuja ações tem como foco buscar uma solução para a falta de saúde pública em várias esferas, a questão da educação de qualidade como um todo e a educação camponesa. O projeto teve uma grande repercussão e recebeu recursos da Alemanha para que pudesse ser colocado em prática.

Paralelamente às atividades do Projeto Ezequiel Ramim, começaram a surgir as – posteriormente – chamadas EFA’s – Escolas Família Agrícola – instituições de ensino que buscam a formação de jovens que residem na zona urbana em algo que seja próprio da realidade vivenciada por cada um deles. A ênfase dada é que filhos e filhas de agricultores possam ser capacitados para permanecerem em seus locais de origem e dali tirar o próprio sustento, evitando assim, o chamado êxodo rural.

Dom Antônio é considerado pelos seguidores da fé católica como uma voz firme que ecoou em vida e que, após a sua morte, deixou um grande legado. Por diversas vezes foi Presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sediada em Manaus. A sua luta fez com que a CNBB desmembrasse o órgão que a representa na região e fundasse a Regional Noroeste, cuja sede está situada em Porto Velho.

Dom Antônio Possamai atuou em Ji-Paraná de junho de 1983 a junho de 2007, totalizando 24 anos de serviços prestados. Ele faleceu aos 89 anos, em 27 de outubro de 2018 e, à época, era Bispo Emérito de Ji-Paraná. Seu corpo está sepultado em um túmulo localizado dentro da comunidade São José, em Ji-Paraná.

 

A Escola Família Agrícola Dom Antônio Possamai  

Prédio da EFA Dom Antônio Possamai em 04 de abril de 2015 (Foto: Elias Gonçalves)

A Escola Família Agrícola Dom Antônio Possamai está situada no km 02 da RO-463 (Linha 623), rodovia estadual que dá acesso da BR-364 ao município de Governador Jorge Teixeira.

O surgimento do estabelecimento de ensino começou com o seguinte dilema: depois de cursarem o ensino fundamental, os jovens campesinos (moradores da zona rural) praticamente ficam sem opção de estudarem em cursos que ofereçam auxílios (subsídios) técnicos para que continuem na propriedade e pratiquem uma agricultura familiar produtiva, respeitando as iniciativas organizacionais da comunidade.

Preocupados com essa situação, agricultores, agentes de pastorais da Paróquia jaruense São João Batista e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Jaru e as Associações de Produtores Rurais procuraram um modelo de escola que possibilitasse a continuação do estudo dos jovens rurais a partir do 1ª ano do Ensino Médio. Encontraram na Pedagogia da Escola Família Agrícola (EFA), essa resposta, como alternativa de educação para o meio rural, sendo modelo de escola que já existe em muitos Estados brasileiros, inclusive Rondônia, e que tem dado certo até hoje.

A ideia de implantação da EFA Dom Antônio Possamai surgiu desde os anos 1990. Aos poucos a ideia foi amadurecendo, juntamente com as comunidades, quando aos 25 de março de 2005 foi realizada a primeira Assembleia Geral de fundação da Associação da Escola Família Agrícola de Jaru e Região (AEFAJAR). Conforme registrado, o objetivo maior era implantar no município de Jaru a EFA Dom Antônio Possamai. 

O encontro foi realizado no Centro Comunitário da Paróquia de São João Batista de Jaru, onde houve a presença de aproximadamente 50 lideranças rurais e representantes das comunidades dos municípios de Jaru, de Governador Jorge Teixeira e de Theobroma, além de representantes de associações rurais, de cooperativas e do representante da Associação das Escolas Família Agrícola de Rondônia (AEFARO), o senhor Geraldo Dias Valadão, entre outros.

Nesse encontro, foi criado e aprovado o estatuto da associação e realizada a eleição de 16 (dezesseis) pessoas para o Conselho Gestor da AEFAJAR, sendo eleito o seu presidente, senhor Ricardo Gomes Araújo.  Na oportunidade, o projeto de doação foi elaborado e articulado pelo então vereador eleito Juscimar Telek (PT), ex-presidente e militante do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR). Em seguida, já durante a gestão da prefeita Sônia Cordeiro de Souza, também do Partido dos Trabalhadores, foi apresentado para a Prefeitura de Jaru, que fez a doação ao STTR. Após a criação da associação AEFAJAR, o STTR doou o terreno para a AEFAJAR, dentro dos termos legais. 

Surgiu assim, a necessidade de buscar verbas para iniciar a construção do prédio. Para tanto, contou-se com o apoio de várias Comunidades Eclesiais de Bases da Paróquia São João Batista de Jaru que articulou junto ao conselho paroquial uma ajuda para a contrapartida do primeiro convênio, bem como a ajuda dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Theobroma, Governador Jorge Teixeira e de Jaru. 

Com isso, através do convênio 018/2006, foi firmado o primeiro contrato para o início das obras dos primeiros prédios e outro convênio de nº 09/2007, onde chegou-se à segunda etapa das construções de outras partes da referida EFA, sendo concluídas duas salas de aula, um refeitório, cozinha, secretaria, sala de monitores, biblioteca e dois banheiros e uma casa para funcionários, ambos adquiridos através de emenda parlamentar do então deputado federal Anselmo de Jesus Abreu (PT), ressaltando que algumas  estruturas foram adaptadas para dar início as atividades escolares no ano de 2013 com 64 educandos. Em 2016, a EFA teve a primeira formatura com 35 técnicos aptos a atuarem em suas propriedades ou no próprio mercado local. 

A EFA Dom Antônio Possamai obteve o primeiro Parecer de Funcionamento conforme nº 1126/13/CEE/RO, em 28 de janeiro de 2013. Os alunos estudam durante o dia, e, à noite, dormem nas dependências da escola, em regime quinzenal de alternâncias: 15 (quinze) dias ficam na escola; 15 (quinze) dias em casa, realizando atividades teóricas e práticas. 

Nessa perspectiva, a EFADAP propõe-se a oferecer o Curso Técnico de Nível Médio em Agroecologia, contribuindo para a elevação da qualidade dos serviços prestados à sociedade, oferecendo aos jovens do meio rural a oportunidade de retornar à sua propriedade e transformá-la em um empreendimento rentável economicamente, além do desenvolvimento solidário do campo ampliando e fortalecendo parcerias formativas e financeiras necessárias ao desenvolvimento rural. O curso tem a duração de 03 (três) anos, em que no último ano de formação, tem como foco uma clientela mínima de 320 (trezentos e vinte) educandos, proporcionando aos jovens rurais de Jaru e região um ambiente educativo fundamentado nos princípios agroecológicos e de responsabilidade, liberdade, participação e cooperação, voltados para o bem comum, tendo presente, uma educação em que as famílias tornam-se protagonistas da própria formação numa relação de constante diálogo com a escola.

Fontes consultadas:
IPER-Amazônia (iper-amazonia.com.br)
Prosas | Empreendedor - ASSOCIAÇÃO ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE JARU

domingo, 21 de janeiro de 2024

Escolas de Jaru: Centro Educacional de Bom Jesus

Registro da parte frontal da Creche Centro Educacional de Bom Jesus no início do ano de 2020
(Foto: Elias Gonçalves)
 

A Escola de Educação Infantil Centro Educacional de Bom Jesus foi criada pelo Decreto nº 6.210/GP/2010, de 30 de março de 2010, no segundo ano de mandato do então prefeito de Jaru, Jean Carlos dos Santos. O estabelecimento de ensino está situado no Km 30 da Linha 610, na parte que seria o perímetro urbano do distrito, embora a localidade não tenha passado pelo processo de urbanização.

Parte externa do Centro Educacional de Bom Jesus no começo de 2020
(Foto: Elias Gonçalves)

A escola tem como público crianças de 0 a 5 anos. Os alunos com até 3 anos de idade fazem parte do grupo destinado à creche e estão subdivididos da seguinte forma: Berçário (0 a 1 ano de idade), Maternal I (1 a 2 anos) e Maternal II (2 a 3 anos). Em seguida, as crianças cursam o Pré-Escolar I (4 anos) e II (5 anos), quando, ao encerramento do ano letivo podem realizar a primeira formatura da educação básica. Em todas as situações, o critério para se avançar à próxima etapa é fazer aniversário até o dia 31 de março do ano vigente.

O Centro Educacional de Bom Jesus tem uma grande importância para a localidade devido ao fato de atender a clientela do distrito e das linhas 610, 608, 612 e 614. A instituição é a única no local que oferece um serviço de creche às mães que trabalham diariamente bem como aquelas que desenvolvem atividades laborais em época de colheita das lavouras de café e cacau e não têm com quem deixar seus filhos, funcionando assim como um suporte seguro para a comunidade escolar. O Pré-Escolar ofertado aos alunos é de suma importância para o ingresso das crianças no ensino fundamental, pois, conforme defende os profissionais do estabelecimento de ensino, é na educação infantil que se constrói uma base sólida para um futuro seguro em termos de conhecimento cognitivo.

O distrito de Bom Jesus

Vista aérea parcial de Bom Jesus (Foto: Maico Gean do Carmo)

Além de criar o distrito, o artigo 4º da Lei Municipal 747/GP/04, delimitou a abrangência geográfica do povoado de Bom Jesus. O ponto inicial é na Foz do Igarapé do Paraíso no Rio Jaru (Limite Jaru / Vale do Paraíso). Em seguida sobe o Igarapé Paraíso até a divisa com Ouro Preto do Oeste chegando ao Igarapé Bom Jardim. O passo seguinte é fazer o percurso do Igarapé Bom Jardim até o Rio Jaru e descer o Rio Jaru (limite Jaru / Theobroma) até o ponto inicial.

Construído inicialmente no Km 28 da Linha 610 (RO-466) em Jaru, Bom Jesus permaneceu pouco tempo no lugar onde começou o que seria a sua parte urbana. José Primo de Assis chegou à região no ano de 1979 e diz que o motivo de se mudar para o Km 30 da respectiva linha foi devido ao pequeno volume de água do rio à época em que o local foi desbravado. Raimundo Vieira da Silva é outro pioneiro do hoje distrito e ali chegou em 1973 em meio a tantos desafio e conhece como poucos a formação histórica da localidade.

Com a mudança para o novo local, uma das primeiras decisões a serem tomadas foi planejar o perímetro urbano do distrito. Conforme explicam os pioneiros, na década de 1980, a princípio o poder público iria comprar dos moradores uma parte de cada lote e assim formar a parte da cidade. Todavia, muitos deles acreditam que foram enganados, uma vez que para que a construção do setor urbano fosse feita cada um dos pioneiros Dorvalina Silva Souza, José Primo de Assis, Adneu Alexandre Correia e Hilário tiveram doaram quatro alqueires de terra, totalizando dezesseis alqueires doados.

A Lei nº 747 de 2004 criou os distritos
de Bom Jesus, Santa Cruz da
Serra e Tarilândia, além do 
subdistrito de Jaru-Uaru
(Foto: Prefeitura de Jaru)

A viagem da BR 364 ao distrito é feita por estrada de chão, mas é possível chegar à localidade em menos de uma hora. Contudo, no fim dos anos 1970, gastava em torno de um dia entre a única rodovia federal do Estado e o lugar onde anos depois seria o distrito, pois os desafios eram enormes para quem tivesse a coragem de andar com o “cacaio” nas costas.

Em 2020, Bom Jesus conta com pequenos comércios, bares, restaurante, uma unidade escolar de educação infantil, além de um estabelecimento de ensino fundamental e médio, sendo este pertencente ao quadro estadual e uma unidade da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron) para atender aos produtores rurais. A escola estadual Marechal Costa e Silva é a única unidade escolar que atenda aos ensinos fundamental e médio e funciona em prédio próprio.

Dorvalina Silva Souza chegou a Bom Jesus em 1975 e declara que o primeiro morador a construir uma casa na parte urbana se chamava Constantino. Segundo ela, Constantino vendeu um lote que possuía na Linha 608 para fazer a construção da casa e de um bar, porém, o comércio não deu resultados e o proprietário acabou deixando a região.

Antes de falecer em 06 de janeiro de 2018, o ex-vereador Florisvaldo Simões de Oliveira, conhecido popularmente como Louro, concedeu entrevista ao escritor Elias Gonçalves e disse que o primeiro cidadão a administrar o distrito foi Gentil Machado de França. Em seguida o distrito foi administrado por Luiz Alves Leite. Entre outros administradores do distrito é possível identificar os seguintes nomes: Genésio, Diocélio Nogueira, Romeu Mota, Cleder Souza Farias, Givanildo (Zé Preto), Adilson, Ronaldo Souza Farias, além do próprio Louro e Cleder Rodrigues de Oliveira, responsável pela administração do distrito no momento em que este texto foi produzido (2020).

Religiosidade

Templo da igreja Assembleia de Deus
localizado no centro de Bom Jesus
(Foto: Elias Gonçalves)

A religiosidade na região de Bom Jesus é expressa de forma harmônica. Na área central do distrito há três igrejas evangélicas: Assembleia de Deus, Adventista do 7º Dia e Batista Nacional. Ambas estão situadas à Avenida Amazonas e a distância mínima que existe entre elas não causa nenhum tipo de empecilho para anunciar o Evangelho, conforme a regra de fé que predomina em cada uma. A Assembleia de Deus é a maior denominação religiosa e conta com um total de oito templos na região. A Congregação Cristã no Brasil também está presente, mas, o seu templo, embora seja na zona urbana, fica um ponto distante da área central do distrito. A Igreja Católica Apostólica Romana é representada pela Comunidade São João Paulo II no centro do distrito, além de outras comunidades nas linhas e estradas vicinais.

Hidrografia

Rio São João nas proximidades da Comunidade
São Paulo na Linha 610 durante o período de
chuvas (Foto: Elias Gonçalves)

A bacia hidrográfica do distrito de Bom Jesus é formada por quatro rios principais: Três Voltas, Caldeirão, São João e Serra Verde. O Três Voltas passa pelas Linhas 612 e 610 até chegar ao Rio Jaru. O rio Caldeirão “corta” a Linha 610 e é um afluente do Serra Verde. Esse, por sua vez, do Rio Jaru. O São João atravessa as linhas 614, 612, 610 e 608 até entregar as suas águas ao Rio Jaru, assim como acontece com os demais rios do município. Há ainda alguns riachos e igarapés, porém pelo pequeno volume de água, muitos deles deixam de existir em alguma parte durante o período de estiagem, predominando assim os de maior volume aquático.

Normalmente no período chuvoso é comum os rios existentes na região transbordarem em todo o leito. Porém devido a fatores geográficos e também pela forma como o local foi desbravado pelo homem branco não há registros de casos em que a cheia tenha causado um dano maior à população residente em Bom Jesus.

Predominância rural

Em 2015 ocorreu a 3ª Exposição de Bom Jesus, movimentando o distrito de forma grandiosa
(Foto: Gráfica Opção)

Por ser um lugar predominantemente rural, há várias ações tipicamente voltadas ao chamado “homem do campo”. O distrito contou por vários anos com uma unidade de atendimento da Emater – RO, a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia e, em 2020, tem em sua parte urbana um escritório da Idaron – RO, a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia. O saudoso João Batista de Souza (1956-2016), conhecido como Bala de Prata foi um dos idealizadores de eventos agropecuários que marcou positivamente a vila de Bom Jesus ainda no século XX, uma vez que a localidade só passou de fato a ser um distrito apenas em 29 de junho de 2004.

Cleder Rodrigues de Oliveira, filho do ex-vereador e administrador distrital, Florisvaldo Simões de Oliveira, nasceu na região geograficamente abrangida pelo distrito e cresceu acompanhando os seus familiares nos eventos ali realizados. Traz consigo uma boa recordação de tudo o que viu acontecer e como cada coisa conseguiu moldar a localidade de uma forma singular e a contribuição dada para a formação histórica de Bom Jesus.

Em 2007, com a organização de uma associação liderada por Darci Fernandes, ocorre uma festa de rodeio que marcou positivamente o distrito devido ao fato de contar com os melhores peões do Estado. A segunda edição do evento ocorreu em 2009 e, no ano seguinte, a terceira. Porém, para promover uma associação ao nome do distrito, desde 2013, o nome foi mudado para Expobom – Exposição Agropecuária de Bom Jesus. Diversas pessoas contribuíram de forma direta e também indiretamente. A Expobom ganhou projeção e atingiu patamares elevados. Desde então, o campeão do rodeio garante uma vaga na Exposição Agropecuária de Ariquemes, a Expoari. A Associação dos Criadores de Bom Jesus (ACBJ) tem uma participação ativa nos eventos agropecuários realizados no distrito e as atrações por ela organizadas possui prestígio com outras entidades do ramo em todo o Estado de Rondônia.

Representação política

Louro 
(Fonte: Câmara Municipal de Jaru)
Até a eleição de 2016, o distrito de Bom Jesus elegeu quatro representantes na Câmara Municipal de Jaru. O primeiro dele foi Florisvaldo Simões de Oliveira, conhecido popularmente como Louro em virtude de seu aspecto físico e chegou ao poder legislativo já na primeira eleição ocorrida em 15 de novembro de 1982. Louro tomou posse em 1º de fevereiro de 1983 e ficou no cargo até 1988 quando encerrou o mandato dos vereadores que fizeram parte da 1ª legislatura. Durante a segunda legislatura (1989 a 1992) a localidade não contou com nenhum representante no poder legislativo jaruense.

Ferdinando Pandolfi
(Fonte: Câmara Municipal de Jaru)

Além do prefeito Ruy Luiz Zimmer (PT) eleito para ser o responsável pelo Executivo Municipal durante quatro anos, a eleição de 1992 apontou dois candidatos do Partido dos Trabalhadores para o cargo de vereador em Jaru: Zenildo Ferreira dos Santos (282 votos) e Severino Dias da Silva com 355 votos. Entretanto, Severino que havia sido candidato ao cargo de deputado estadual no pleito de 1990 e alcançado a suplência, protocolou a sua renúncia na Câmara Municipal de Jaru no dia 08 de janeiro de 1993, apenas oito dias após ser empossado como vereador. Severino obteve o voto de 1870 eleitores na eleição de 1990 e acabou assumindo o cargo de deputado estadual, representando assim o município de Jaru na Assembleia Legislativa. Por esse motivo, Ferdinando Pandolfi, que havia alcançado 210 votos, acabou sendo empossado no poder legislativo jaruense. A sua posse foi assinada pelo então presidente da Câmara, Ulisses Borges de Oliveira em 12 de janeiro de 1993. Com isso, Ferdinando foi a segunda pessoa de Bom Jesus a exercer um cargo público eletivo.

Em 13 de junho de 1996, devido ao afastamento temporário de Delmário de Santana Souza, o local contou com Florisvaldo (conhecido popularmente como Louro) por algum tempo na Câmara Municipal. Na época, a posse de Florisvaldo só foi possível devido ao fato de ainda existir a contagem de votos no poder legislativo por coligação partidária, algo suprimido posteriormente pelo Tribunal Superior Eleitoral, o TSE.
Camilo Antônio da Costa
(Fonte: Câmara Municipal de Jaru) 

O resultado das urnas em 1996 trouxe uma grata surpresa na representação legislativa de Bom Jesus. Os dois candidatos mais votados na eleição anterior foram eleitos. Ferdinando Pandolfi teve 417 votos e Florisvaldo recebeu o voto de 358 eleitores, sendo eleito por média eleitoral. Em 2000, Florisvaldo recebeu 299 votos e ficou como suplente. Mas, em 11 de novembro de 2003, faltando pouco mais de um ano para o encerramento da quinta legislatura (2001-2004), Louro, como era conhecido em Jaru, foi empossado na Câmara Municipal devido ao afastamento temporário do então vereador Teobaldo Martins Pinto que havia se afastado para assumir o cargo de secretário municipal de Agricultura.

Em 2004, ano de criação do distrito de Bom Jesus, a localidade não conseguiu eleger nenhum representante no poder legislativo. A eleição de 2008 apontou Pelego Pandolfi da 610 (irmão de Ferdinando Pandolfi) como candidato mais votado na região. Pelego recebeu a expressiva quantia de 501 votos, mas o mesmo não foi eleito. O distrito contou com outros candidatos, mas Pelego da 610 foi o mais votado na região.

Luiz do Ônibus
(Fonte: Câmara Municipal de Jaru)

A eleição municipal de 2012 trouxe de volta a representatividade política de Bom Jesus na Câmara de Jaru, pois o candidato Luiz Carlos Cesconete, o Luiz do Ônibus, foi o mais votado no distrito e conseguiu 423 votos, o que o credenciou a fazer parte da 8ª legislatura no poder legislativo jaruense. Porém em 2016, mesmo com vários candidatos disputando a eleição, nenhum representante foi eleito. Em 2020, o distrito também não conseguiu eleger o seu representante na Câmara Municipal de Jaru.

Destaques do esporte

Pioneiro na região de Bom Jesus, Florisvaldo Simões de Oliveira (1943-2018), também foi um dos primeiros moradores a se envolver com a área esportiva no distrito ainda na década de 1980. Seu legado é lembrado por muitos moradores antigos, mas outras pessoas da localidade possuem um vasto trabalhado prestado e, com a contribuição de diversos personagens importantes, foi possível conseguir um grande destaque no campo esportivo.

O Serra Verde é uma importante equipe da Linha 612 (Foto: Edelson Penha da Silva)

Nomes como Nivaldo Pires, conhecido popularmente como Nivaldinho – que chegou à região em 1979 e começou a se envolver com o esporte vinte anos depois – e Marcos Vaz Mota, o Chitão, são lendas vivas que trazem em suas memórias a história esportiva no distrito, onde se predomina o futebol de campo, o esporte considerado como paixão nacional. Várias equipes esportivas foram criadas ao longo da história na região de Bom Jesus: Seringal e Serra Verde (ambas da Linha 612), Santa Helena (614), São João (610), Bom Jesus (610) e Alvorada (608) são apenas alguns exemplos dos inúmeros exemplos que poderiam ser citados. Durante as décadas de 1980 e 1990 existia o Campeonato Rural disputado apenas por equipes locais. Registros da última década do século XX apontam ainda a existência de outras duas agremiações: o Bom Jesus Futebol Clube e Primavera Futebol Clube. Cleder Rodrigues, atual administrador do distrito e que nasceu na região e acompanhou com o pai Florisvaldo Simões todo o trabalho realizado juntamente com outras pessoas, relata que a equipe do Primavera era formada por jogadores aspirantes do Bom Jesus, embora o time tivesse o próprio uniforme e disputasse a mesma competição na região. Informações oficiais apontam que os times tradicionais das linhas 610, 612 e 614 eram considerados grandes equipes que participavam dos torneios que contavam com um bom apoio da torcida.

Marcos Vaz (de calça, à esquerda) com o time Bom Jesus Futebol Clube em
registro feito em 2019 (Foto: Edelson Penha da Silva)

Marcos Vaz Mota, o Chitão, chegou ao povoado de Bom Jesus em 2001. Coincidência ou não, tempos depois houve uma mudança na forma como as competições eram realizadas. Chitão que já era atleta em Ji-Paraná com vários jogos disputados no Estádio Vera Cruz, em conjunto com moradores adeptos ao esporte conseguiu realizar um grande trabalho na região. Com a mudança, o Campeonato Rural que antes era restrito aos times de Bom Jesus é extinto e surge o Ruralzão tendo como base a BR 364, onde as agremiações das linhas existentes no lado direito enfrentariam aquelas do lado esquerdo e vice-versa em seus respectivos campos. Pelas regras do campeonato, a partida final seria, obrigatoriamente, realizada no Estádio Municipal Leal Chapelão. O nome do único estádio existente em Jaru é uma homenagem a dois jaruenses: João Leal era jogador no município e Raimundo Chapelão, filho de Odete Borges de Morais, a saudosa Detinha. Informações apontam que Raimundo Chapelão era seringueiro e considerado como uma das primeiras pessoas que trouxe uma bola de futebol para Jaru, além de ser um grande incentivador do esporte enquanto esteve na cidade.

Nivaldinho demonstra estar feliz pela trajetória esportiva construída no distrito de Bom Jesus. Além de ser testemunha de muitos acontecimentos, ainda hoje não deixou o esporte de lado. O fato de residir próximo ao campo do São João e da Comunidade São Paulo o faz preservar as raízes religiosas e esportivas e com isso ser um referencial na localidade mesmo em meio a muitos desafios e dificuldades.

Clique aqui e conheça a história da escola Marechal Costa e Silva, o único estabelecimento de ensino fundamental e médio do distrito de Bom Jesus. 

Escolas de Jaru: Cooped

Prédio da Cooped em 26 de janeiro de 2006  (Foto: Elias Gonçalves) A Cooperativa de Profissionais em Educação – Cooped – iniciou as suas ati...