quarta-feira, 3 de julho de 2024

História de Jaru: Símbolos Municipais

Ouça o hino de Jaru enquanto você conhece a história dos símbolos municipais

A criação dos símbolos representativos do município de Jaru (Brasão e Hino) ocorreu através de um concurso realizado pela Prefeitura no período compreendido entre 27 de junho e 30 de agosto de 1985. O edital, datado de 27 de junho daquele ano, definiu que a premiação seria de Dois Milhões de Cruzeiros em cada modalidade. A Comissão Organizadora foi presidida por Sara Xavier dos Santos, sendo auxiliada pelos seguintes membros: Ilso Gomes Montin, Nathan Monte Raso Barbosa, Rosicler Meneguetti e Custódio Ferreira Filho.

À época do concurso, a Comissão Organizadora recebeu a inscrição de 42 brasões e 14 hinos. Em seguida, foi organizada uma exposição nas instalações da Câmara Municipal, facultando aos moradores a opção de prestigiar os trabalhos produzidos. A escolha do Brasão e do Hino de Jaru ocorreu em outubro de 1985 e os vencedores foram: Antônio Cândido da Silva (Hino) e Djalma Rodrigues Maimone (Brasão). A melodia do hino foi composta por Ednaldo da Silva Santos, 3º sargento e músico da 17ª Brigada de Infantaria de Selva.

Os símbolos municipais de Jaru foram instituídos pelo Projeto de Lei nº 035/85, de 24 de outubro de 1985. A apresentação aos munícipes ocorreu em 04 de novembro do mesmo ano.

Brasão

Djalma Maiome, o criador do Brasão de Jaru  
(Foto: Acervo da Família)        


O desenho definido pela comissão organizadora para ser o Brasão de Jaru apresentava traços semelhantes aos da Bandeira escolhida. A estrela e os ramos de café e cacau também estão presentes, mas o desenho produzido pelo autor Djalma Rodrigues Maimone apresenta outros elementos que fazem parte da riqueza histórica local. 

O Brasão oficial de Jaru foi definido em 1985

(Fonte: Câmara Municipal de Jaru) 







Ao fundo há uma luz sob a forma de raios deslumbrantes que provém da estrela central do Brasão.  A parte central apresenta o contorno da cabeça de um indígena, último habitante antes da chegada do chamado homem branco. Dentro da cabeça do indígena existe a estrela amarela no centro (representando o sol e o ouro). Mais abaixo, a BR 364, a ponte, o Rio Jaru e uma planta de seringueira em cada lado da margem do rio representando mais uma riqueza jaruense. Nas bordas do Brasão existem os ramos de café e cacau, símbolos da produção local. Logo abaixo, a data da lei que criou o município e ao centro, no sentido vertical, a espada de ouro representando a força, a garra, a determinação e a vontade de vencer da população local.

Bandeira 

Professor Laércio Dias em foto de 2020
(Foto: Divulgação)
O vencedor do concurso que definiu a bandeira de Jaru foi o professor Laércio Dias, primeiro diretor da escola estadual Capitão Silvio de Farias. O desenho escolhido para representar o município apresentava um escudo colocado sobre a Bandeira de Rondônia, uma vez que Jaru é um dos municípios do Estado e também por lembrar o destino de grandeza e nobreza. A estrela simboliza Jaru, brilhando no céu de Rondônia e se destacando entre as demais cidades do Estado. 

Os galhos de café e cacau contidos na bandeira de Jaru simbolizam as riquezas locais à época da realização do concurso, uma vez que o município se sobrepunha a muitos outros, sendo um dos maiores produtores de café e cacau em Rondônia. As cores da bandeira representam um propósito bem definido: azul (a abundância das águas e a beleza do céu); verde (riqueza vegetal: florestas e seringais); amarelo (riquezas minerais); branco (a vocação pacífica do jaruense, um povo que deseja paz para poder produzir mais e melhor). Também revela, segundo descreve o próprio autor, a pureza de propósitos e a firmeza de caráter de uma população que continua na luta e não desanima, ou seja, segue firme em seu objetivo de progresso.

Bandeira (original) de Jaru (Fonte: Câmara Municipal)

A Bandeira do município de Jaru foi criada durante a gestão do Prefeito, em cargo de comissão, Raimundo Nonato da Silva (1981-1983). Uma reportagem publicada na edição nº 14.182 do jornal Alto Madeira com data de 05 e 06 de dezembro de 1982, narrou a realização da solenidade de hasteamento em frente ao então prédio da prefeitura. Conforme informado pela publicação, a cerimônia ocorreu na manhã do dia 26 de novembro de 1982.

          

Em princípio foi lida a descrição da Bandeira; explicados os seus significados em seguida foi  hasteada pelo Professor Laercio Dias, autor do desenho que ganhou o concurso para a escolha da Bandeira do Município. O pavilhão foi escolhido através de concurso que se realizou em 07 de setembro deste ano [1982], porém, somente em 26 de novembro ela foi hasteada pela primeira vez.

(ALTO MADEIRA, 05-06 de dezembro de 1982). Disponível em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=060160&pagfis=33047>. Acesso em: 01. Nov. 2021. 


As bandeiras municipais são inspiradas nas estaduais e, essas, por sua vez, na Bandeira nacional. Porém, o significado hoje atribuído às cores da bandeira, não foi assim em sua concepção original.

Em relação à Bandeira do Brasil é importante considerar que:

 

O retângulo verde, que passou a representar nossa natureza, antes remetia à Casa de Bragança (a família de dom Pedro I). O amarelo, hoje símbolo da riqueza mineral do país, era a cor da Casa de Lorena (da arquiduquesa dona Leopoldina, esposa de dom Pedro I). E o círculo azul era a esfera armilar, também presente na bandeira portuguesa do Império. Agora, indica nosso céu estrelado.

(SUPERINTERESSANTE, setembro de 2016).  

Hino 

Antônio Cândido da Silva, compositor do hino de Jaru (Foto: Roni Carvalho)

Ao compor o hino de Jaru, Antônio Cândido da Silva considerou três fases distintas da história local: o indígena, o seringueiro e o migrante, com seus costumes e sociabilidades diferentes. Na primeira estrofe, o seringueiro é o elemento principal pela maneira, como sua presença, seu trabalho e determinação, conquistaram para a posteridade brasileira a região amazônica, especificamente Jaru. A sua história está inserida no município pela maneira sutil como soube conquistar e conviver com a floresta, suas lendas, perigos e desafios.

 A segunda estrofe destaca os Jarus, povos nativos habitantes do lugar, cuja história, cultura e costumes levaram Cândido Mariano da Silva Rondon a dar ao rio o nome de uma das mais nobres tribos que habitavam a região. A estrofe destaca também a atuação de Rondon que, na função de estrategista dos sertões, ligou seu nome à região ao instalar na área mais uma de suas muitas estações telegráficas. A seguir, a letra do hino enfoca a importância do migrante, que descobre na terra a vocação do progresso. O estribilho (refrão) é reservado ao lavrador, o homem simples do campo, que traz no sangue o destino da terra.

A solenidade de apresentação dos símbolos municipais foi realizada pelo prefeito da época, Leomar José Baratella em 04 de novembro de 1985 na data em que o município comemorou o quarto aniversário, embora a data correta seja 16 de junho. O evento contou com uma expressiva participação popular, representantes do governador Ângelo Angelim, secretários municipais e os vencedores do concurso, que receberam das mãos do prefeito Baratella o prêmio divulgado pelo certame.

A escolha do hino representou um importante marco na construção da identidade de Jaru. Contudo, poucas pessoas tomaram conhecimento da letra e da música, principalmente, por não haver uma gravação profissional durante muitos anos.  Porém, em 2009, devido ao empenho da administração municipal, em conjunto com a professora Ciderli Santana Souza e membros da Secretaria Municipal de Esporte Cultura e Lazer (SEMCEL), o hino de Jaru foi oficialmente gravado com uma nova roupagem, mas preservando a sua originalidade. A gravação foi feita com a participação de Indianara Cazuza, Anildo da Costa e Walison Huan Castro.

A letra original do hino de Jaru é:


Forjado na bravura do herói
Que com denodo a selva conquistou
Na saga dos imensos seringais
Que o sonho de riqueza acalentou
Da epopeia simples dos jarus
Na grandeza do rio eternizado
Que o gesto de justiça de Rondon
Há de fazê-lo, sempre lembrado.


Jaru tem o destino que o migrante quis
Vendo da terra brotar o fruto
Do trabalho de um povo feliz

Fazendo no trabalho o seu destino
Um novo herói constrói neste sertão,
Na crença de quem sabe da riqueza
A vicejar da força deste chão.
De um projeto, um dia implantado,
Nesta terra de esperanças mil,
Nasceu Jaru, celeiro de Rondônia
Com o homem forte deste Brasil.

Fonte:

PEREIRA, Elias Gonçalves. A Biografia dos Distritos de Jaru. Cacoal: Priint Impressões Inteligentes, 2022 (pp. 191-199). 

Escolas de Jaru: Cooped

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