Aldemir Lima Cantanhêde (Fonte: Teófilo Lourenço de Lima) |
O seringueiro Aldemir
Lima Cantanhêde nasceu no dia 21 de dezembro de 1924 no Seringal Setenta. Filho
de Ricardo Cantanhêde e Amândola Lima Cantanhêde, Aldemir cursou o primário no
Colégio Dom Bosco, em Manaus-AM e o científico no Colégio Nazaré
A firma que a família Cantanhêde possuía denominada
“A. Cantanhêde” e foi de grande importância para o desenvolvimento dos
seringais na região. Em nome da empresa chegou a existir 354 mil hectares de
terra de seringa, que compreendia na época a cidade de Jaru (que se denominava
Santos Dumont), Seringal Cajazeiras, Seringal Setenta, Seringal Rio Pardo e
Seringal Monte Belo, esse último hoje a cidade de Ariquemes. O complexo
seringalista chegou a produzir 400 toneladas de látex por ano. A empresa que
Aldemir ajudou a administrar possuiu 382 Títulos, que representava 1.382 contratados
para exploração do látex, não considerando todos os membros de cada família ali
existente, também não sendo considerado os peões contratados ou agregados a
cada família. No seringal era utilizado como meio de transporte o lombo de
burros, chegando a adquirir 1.500 burros para penetração nas matas da região.
Aldemir era um seringalista
respeitado. Por sua maneira de conduzir seus negócios, fez sua história de
maneira que deixou seu nome e de seu irmão (Raimundo), como também de seu pai
(Ricardo), na cidade de Jaru e Ariquemes. De acordo com uma das filhas de
Aldemir, Sirlei Maria Lima Cantanhêde, ele era um homem desbravador, guerreiro,
incansável e não via nenhuma dificuldade em levar adiante os negócios mesmo
após a morte de seu querido irmão. Fazia de tudo para deixar seus peões
satisfeitos e à vontade para se manifestarem. Mesmo sendo patrão, às vezes
parecia pai, por se tornar amigo. Tudo à sua maneira e com muito respeito.
Sirlei relata que Aldemir realizava grandes festejos no dia 21 de setembro. As
comemorações eram consideradas como um grande motivo para reunir toda família
que ali residia e de cidades vizinhas.
Os filhos de Aldemir
Lima Cantanhêde o consideram como uma das pessoas mais incríveis no que se
refere à honestidade, caráter e humildade. Sirlei Maria diz que bastava um
olhar para entender os ensinamentos que ele queria transmitir. “Ele partiu, mas
deixou um legado muito importante para as futuras gerações, pois acreditava que
sempre era possível lutar para vencer na vida e realizar sonhos”, declara em
tom saudosista a família.
Outros familiares de Aldemir
também falaram ao autor e narram algumas coisas importantes a respeito dele.
Maria Graciana Ribeiro Cantanhêde (sobrinha) e Nair Ribeiro Cantanhêde
(cunhada) destacam algumas qualidades que Aldemir possuía. Segundo elas,
Aldemir Lima Cantanhêde era uma pessoa extrovertida e brincava com todos à sua
volta. Aldemir gostava muito de crianças e em época de fim de ano, os filhos de
seus empregados nos seringais sempre ganhavam presentes que ele fazia questão
de entregar. Além disso, “ele (Aldemir) gostava muito de se divertir, montar em
animais e festejar”, relata a cunhada, dona Nair Cantanhêde.
Aldemir Lima Cantanhêde
não se casou, mas teve treze filhos. Três deles são falecidos, duas filhas
moram no Estado do Rio de Janeiro e os demais estão vivos residindo
Aldemir era um
seringalista respeitado, por sua maneira de conduzir seus negócios, fez sua
história de maneira que deixou seu nome e de seu irmão, como também de seu pai,
na cidade de Jaru e Ariquemes. Familiares se sentem honrados e, segundo eles, significa
um reconhecimento a uma das pessoas que mais impulsionou o progresso do
município de Jaru.
Jaru tem quatro locais
públicos com nomes que remetem à família Cantanhêde. Três ruas (Ricardo
Cantanhêde, Aldemir Lima Cantanhêde e Raimundo Cantanhêde) e uma escola pública: Aldemir Lima Cantanhêde (municipal).
A
Escola Aldemir Cantanhêde
Fachada da escola Aldemir em 31 de janeiro de 2020, quando a mesma funcionava no antigo prédio da Rua Mato Grosso (Foto: Elias Gonçalves) |
A escola Aldemir Lima
Cantanhêde recebeu inicialmente o nome de Escola Municipal de 1° grau “Palmira
José de Souza” em homenagem a então primeira-dama do estado, através do decreto
lei n° 516GP/89 de 17 de fevereiro de 1989 durante o mandato do prefeito Sidney
Rodrigues Guerra (1943-2003). O estabelecimento de ensino teve o seu nome alterado no dia 30 de janeiro de
1992 para escola Aldemir Lima Cantanhêde. Essa tramitação baseou-se no Decreto de Lei de n° 187/GP/92. A
autorização de funcionamento da instituição foi concedida através da Resolução
099/CEE/RO/92, do Conselho Estadual de Educação.
A escola possui um
ambiente acolhedor, onde os alunos contam com um espaço para expressarem-se sem
receio de serem discriminados, procurando sempre elevar a auto-estima dos
mesmos. O estabelecimento de ensino funciona nos períodos matutino e vespertino,
oferecendo o Ensino Fundamental de 09 anos do 1º ao 5º ano.
O novo endereço da
escola Aldemir Lima Cantanhêde passou a ser nas instalações onde funcionou por
muitos anos a escola estadual Tito Lourenço de Lima – hoje extinta – no Setor
01-A em Jaru. O prédio foi inaugurado em 1992 durante o período em que o
município estava sob intervenção estadual e Jaru era administrado pelo
Interventor Antônio Luiz Campanari. No período de 09 de maio de 2017 até a
inauguração da escola municipal Maria do Socorro Lopes Soares, ocorrida em 10
de fevereiro de 2020, o local serviu também para o funcionamento das atividades
pedagógicas da escola municipal Tânia Barreto.
Em 17 de julho de 2019, a Prefeitura de Jaru, alegando uma suposta não constatação do decreto de criação da escola, publicou um novo decreto (re) criando a instituição que já existia. Clique aqui e confira o texto do novo decreto municipal.
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